Evento de moda, inovação e sustentabilidade terá 10 dias de programação gratuita com 33 painéis de conversa, 13 workshops e 18 desfiles. A transmissão online de 18 a 28 de novembro inclui o lançamento de aplicativo para exibição de marcas e produtos do Mercado Eco.

Com o tema “Conectar para regenerar: Moda e Planeta”, a 4ª edição do Brasil Eco Fashion Week acontecerá no formato online, mantendo o propósito do evento de fomentar boas práticas de responsabilidade social, ambiental e cultural no mercado e indústria da Moda.

Debates para o impacto positivo

Com estudos que têm como base unir os princípios da natureza, cultura e design, Kate Fletcher, do Centre for Sustainable Fashion da University of the Arts London é um dos destaques da edição. A britânica é a pesquisadora mais citada no campo da moda e sustentabilidade, com 9 livros que escreveu/editou publicados, e mais de 70 publicações acadêmicas.

Além do painel “A Moda dentro dos limites da Terra”, em que estará em conversa com a professora do Re-lab Espm, consultora, escritora e referência em moda e sustentabilidade, Lilyan Berlim, Kate oferecerá o workshop “Explorando o plano Earth Logic”, sobre seu mais recente material, feito em coautoria com a sueca Mathilda Tham, da Linnaeus University, que também irá ministrar a atividade.

Kate comentou sua participação no evento: “Estou emocionada por fazer parte deste evento, o Brasil é um lugar de grande abundância – nas pessoas, nos ecossistemas, no setor de moda – acrescente a isso novas histórias de mudança para a sustentabilidade, e há um potencial incrível!”

Entre os convidados internacionais, o designer e coordenador do projeto americano Agraloop, Ricardo Garay, irá apresentar no painel “Moda regenerativa: Cooperação entre Indústrias da Moda e Alimentação”, o inovador sistema de biorrefinaria que transforma resíduos agrícolas em fios e tecidos para a indústria da moda.

Diretamente da Índia, a pesquisadora e fundadora da Malai, Zuzana Gombosova, irá falar em um painel focado em biomateriais sobre sua celulose bacteriana, desenvolvida com água de coco residual e fibra de banana. Com ela também estará Greg Stillman, diretor de negócios da Natural Fiber Welding, que criou o biomaterial Mirum – ambos os materiais com fórmula 100% biobased, um diferencial almejado nesse novo mercado.

Ainda sobre fibras e materiais, haverá a participação da consultora austríaca da associação global Textile Exchange, Simone Seisl, junto ao diretor técnico da Lenzing, Gilberto Campanati, em um painel focado em discutir impactos e certificações para a viscose, além de palestra de Adriana Gregolin, coordenadora regional do projeto +Algodão da FAO-ONU do Chile.

O evento dedicará o dia 20 de novembro, feriado que homenageia a Consciência Negra, às pautas sobre diversidade racial. Nesse dia será lançado o coletivo VAMO: Vetor Afro-Indígena na Moda, com dois painéis de conversa voltados à iniciativa.

Plataforma para exibição e rastreabilidade de marcas

A exibição de produtos do Mercado Eco (espaço para venda de vestuário e acessórios de slow fashion) será feita por meio de um aplicativo, conectando marcas com atributos de sustentabilidade e consumidores. “Esta inovação vai trazer oportunidade para as marcas colocarem a transparência em prática”, afirma Rafael Morais, diretor executivo da Brasil Eco Fashion, realizadora do evento.

Além da visualização dos produtos de cerca de 60 marcas aprovadas pela curadoria do evento, o aplicativo oferece a possibilidade das marcas descreverem insumos utilizados e processos, identificando origem, fornecedores e custos.

“O sistema poderá ser acessado pelo smartphone ou site do evento, e para as marcas que informaram seus detalhes, será gerado um QRcode com criptografia em blockchain. Mesmo que haja a alteração em alguma etapa produtiva no futuro, o histórico continuará registrado”. A solução será apresentada como uma prestação de serviço que ajudará a criar relacionamentos mais profundos entre marcas conectadas ao evento, e seus clientes.

Desfiles com marcas de todas as Regiões do Brasil

Entre as marcas selecionadas para desfilar este ano, a cearense Catarina Mina, fará sua estréia na passarela com uma coleção de roupas com renda de bilro, desenvolvida em um projeto com 120 artesãs do Ceará. A empresa sempre esteve presente no Mercado Eco do evento, com bolsas e acessórios feitos à mão.

Outros destaques são a paraibana Natural Cotton Color, que apresenta retrospectiva de 15 anos usando o algodão orgânico naturalmente colorido e destacando sua atualidade a partir do design atemporal, a Nuz Demi Couture, que traz peças com modelagens múltiplas, produzidas no Rio Grande do Sul, e a nortista W’e’ena Tikuna Arte Indígena, com grafismos e o tecido vegetal de Tururi, típicos da cultura do povo Tikuna, local do alto Rio Solimões.

Da região Sudeste, o evento destaca o estilista e alfaiate Leandro Castro, com moda produzida com tecidos de reuso na periferia de São Paulo, e a Libertées, de Belo Horizonte, que iniciou como projeto social capacitando mulheres detentas e estreia no BEFW.

Do Centro-Oeste, a marca brasiliense Flávia Amadeu vai apresentar sua produção de biojoias feitas em látex natural da Amazônia desenvolvido junto a comunidades seringueiras locais. Flávia desfila seus acessórios em parceria com a marca Comas SP, especialista em upcycling.

Entre as demais marcas selecionadas, há também empresas gerenciadas por cooperativas e/ou arranjos produtivos locais, ou com foco em experimentações com materiais inovadores e tingimento natural, como a Justa Trama de Porto Alegre, e Jouer Couture e Manui de São Paulo.

Workshops ao vivo

A frente de workshops do evento tem se mostrado um pilar cada vez mais importante, ao oferecer dezenas de atividades com foco em educar sobre temas técnicos e inspiradores para a transformação na Moda.

As atividades serão realizadas ao vivo, em salas virtuais do Zoom, poderão durar de 2h a 4h, e os valores variados de inscrição poderão ser consultados nos links das atividades, disponíveis no site do evento.

No dia 23, será realizado o workshop “Design de Moda com Látex da Amazônia” com a iniciativa Ethical Fashion Brazil, e informações sobre o manejo sustentável e uso no Design, da matéria-prima proveniente da maior floresta tropical do mundo.

• “Manuí: Introdução ao Tingimento Natural”, com Juliana Bastos (Manuí) – 18h às 21h

• “Design de Moda com Látex da Amazônia”, com Luciana Duarte (Ethical Fashion Brazil) – 17h às 19h

• “Criando Kimonos a partir de calças: Uma introdução ao upcycling têxtil” , com Wendyel Borin – 17h às 20h

Já no dia 24, a agência especializada em Moda Circular, Regenerate Fashion, vai ensinar sobre estratégias e ferramentas necessárias para que produtos estejam inseridos em “ciclos fechados”, no workshop “Moda circular: Projetando várias vidas para produtos de moda”.

• Introdução à Agrofloresta Têxtil: Conceitos e Cases”, com Larissa Duarte e Raíssa Leão (Jurema) – 18h às 20h

• “Moda circular: Projetando vidas para produtos de Moda”, com Larissa Roviezzo (Regenerate Fashion) – 18h às 20h

• “Armário Afetivo: estratégias para ressignificar o seu guarda-roupa”, com Alba Prizão (Senac) – 18h às 20h

• “Re-Significar a Moda: o lado humano da inovação” , com Giovanni Frasson (Dossier Arts And Fashion Education) – 18h às 20h

E no dia 25, acontece o workshop Desafios da Modelagem de Baixo Resíduo, com instrutoras do Corte Centesimal, que irão comunicar formas práticas de gerar menos retalhos e impacto negativo durante o processo de modelagem de roupas.

• “Co-criação de ecossistema de inovação” – com Larissa Duarte e Larissa Orlow (Confio.Eco) – 9h às 13h

• “Desafios da Modelagem Baixo Resíduo” – com Carolina Franco e Marília Tavares (Corte Centesimal) – 18h às 20h

Outros destaques:

O painel “A construção coletiva da Imagem de Moda”, terá a participação do colunista e autor André Carvalhal, e uma apresentação dos três anos do projeto Trava Afetiva por Jackson Araújo.

Painel “Produção tradicional indígena: subsistência e resistência”, com participação de três marketplaces de produtos tradicionais indígenas, incluindo o Jirau da Amazônia, gerenciado pela fundação Amazonas Sustentável, a presença de duas lideranças indígenas para o artesanato, e mediação pela comunicadora Giovanna Nader.

Espaço Fornecer trará painéis com debates críticos sobre os tecidos de Linho, Viscose e Poliéster reciclado. A conversa “Ecopontos e logística reversa no varejo de Moda”, com a participação da Grendene, Insecta Shoes, Puket, e mediação da consultora em moda circular, Alice Beyer Schuch.

A programação está sendo atualizada no site, pelo link: https://brasilecofashion.com.br/week

O evento conta com patrocinadores e apoiadores como Lojas Renner, Mercado Livre, Fundação Hering, Audaces, Vert, Covolan, Sebrae, Senai, Senac, Abit, Abvtex, Abest, Rede Asta, Capitalismo Consciente, entre outros.

Serviço:

Brasil Eco Fashion Week – 4ª ediçãoFormato Online Brasil Eco Fashion Week – 4ª edição
Formato Online
18 a 28 de novembro

Canais do evento:

Site: brasilecofashion.com.br
Instagram: @brasilecofashionweek
Linkedin: Brasil Eco Fashion Week

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