Democrático, prático e de fácil acesso. O jeans não é apenas um tipo de tecido, mas uma tendência que tende a se consolidar cada vez mais no cenário mundial da moda. De acordo com o Global Industry Analysts, mesmo em 2020, quando a pandemia impactou muitos resultados, as vendas de peças de denim chegaram a US$ 63,5 bilhões em todo o mundo – número que deve alcançar os US$ 87,4 bilhões até 2027.

E entre as tendências apontadas por estudos como o da fundação Ellen MacArthur, “The Jeans Redesign: Insights dos Primeiros Dois Anos”, está o crescimento da automação do segmento. Além disso, processos realizados com apoio de tecnologias que proporcionem a reciclagem e a redução de desperdícios devem ser cada vez mais comuns no segmento.

Paulo Garbin, diretor de engenharia da Delta Máquinas, empresa brasileira especializada em soluções para a indústria têxtil, destaca que a automação pode ser aplicada em todo o processo produtivo. “É possível desenvolver produtos com alta qualidade e menos desperdício através da aplicação de soluções em diversos pontos. O teste de amostras, por exemplo, é algo que consome não só matéria-prima, mas um alto volume de água e energia elétrica, além de tempo, quando realizado com equipamentos tradicionais. Lavadoras desenvolvidas especificamente para esse fim garantem redução de 75% do consumo de matéria-prima e 12% de energia elétrica”, diz.

Ainda na finalização das peças de denim, a revisão automatizada, com software de classificação e geração de mapa de defeitos, proporciona maior qualidade, o que é essencial para o consumidor cada vez mais conectado. “O mercado de jeans é bastante eclético, mas uma das questões mais essenciais desse tipo de produto é a durabilidade. E garantir o cuidado na finalização, com o mapeamento automático de defeitos que podem passar despercebidos em processos manuais, traz uma diferenciação de mercado muito importante, visto que a concorrência tem crescido exponencialmente”, reforça Garbin.

Tecnologia para a produção sustentável

O estudo da Ellen MacArthur indica ainda que fabricantes de denim tomem “medidas ousadas” para se destacarem, criando iniciativas de economia circular, além de apoiar a produção de materiais complementares às peças que tenham resultados positivos na natureza. É a nova onda ESG – índice que avalia operações em três eixos da sustentabilidade – Meio Ambiente, Social e Governança.

Falando de Social, para Garbin, um fator que ainda é visto como um desafio para muitas empresas é aliar alta produtividade com segurança. “Nossas soluções são adequadas à NR12, norma que traz recomendações de segurança para a indústria, sendo projetadas para garantir a melhor produtividade. Nem sempre os dois fatores são combinados. Hoje percebemos que elas não só resguardam os profissionais como também permitem alta produtividade”, finaliza.

Só no Brasil estima-se que o mercado de jeans movimentou mais de R$ 22 bilhões em 2020, o que representa 11% do consumo de vestuário no país no período. Mais de 100 mil empregos são gerados pela indústria.

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