Santa Catarina somou R$ 36,2 bilhões em arrecadação no último ano e indústria da moda ocupa o segundo lugar entre segmentos de melhor desempenho, com crescimento de 45,68% na comparação com 2020. Negócios que focam em automação e exportação ajudam a impulsionar resultados
A economia catarinense segue resiliente em meio à crise. Prova disso são os resultados da arrecadação do estado, que refletem o momento econômico de Santa Catarina. Em 2021 foram arrecadados R$ 36,2 bilhões em impostos e um dos segmentos que mais cresceu foi o têxtil – somando 45,68% a mais do que em 2020. O número só fica atrás do setor de automóveis e peças, com aumento de 46,8%.
Considerado um dos propulsores e segmento tradicional da economia de Santa Catarina, o têxtil vem se readequando nos últimos anos, impulsionado por negócios que apostam em tecnologia, automação e presença internacional. A Delta Máquinas, de Pomerode, é um exemplo. A empresa, que é especializada no desenvolvimento de máquinas para automação do processo produtivo na indústria da moda, tem se destacado no cenário nacional e internacional.
“Há um estigma de que o nosso segmento é pouco inovador, mas o que temos visto é uma busca constante pela melhoria de processos. Hoje maquinários que tornam a produção mais econômica através da automação, padronização e conectividade com os sistemas de gestão 4.0 estão em alta”, diz Fábio Kreutzfeld, CEO da Delta.
A empresa, que recentemente retornou à Colômbia para participar da edição híbrida da Colombiatex, uma das principais feiras têxteis na América Latina, já coleciona clientes no país. Um deles é a Supertex Group, conglomerado com plantas também em El Salvador, que emprega mais de 5,5 mil colaboradores e produz 1,7 milhão de peças por mês. “Tivemos uma economia de 34% no tempo de trabalho entre relaxamento e corte dos materiais”, diz Daniel Herrera, diretor de projetos da Supertex, que possui um programa de inovação que com frequência realiza investimento em equipamentos para automação da produção.
Dados do IBGE apontam que o setor têxtil de Santa Catarina responde por 26,7% da produção nacional. “Acredito que o crescimento vem, cada vez mais, baseado em boas práticas para garantir produtividade com qualidade. Temos tido uma alta procura por soluções que tornem as empresas mais competitivas e que também garantam uma padronização da produção. Investir em inovação é um fator fundamental para que os resultados sejam cada vez melhores”, reforça Fábio.
Reconhecimentos em diversas cidades
Enquanto cidades como Brusque já são conhecidas como capital nacional da indústria têxtil, outros municípios comemoram conquistas recentes. Como é o caso de Gaspar, que recebeu o título de Capital Nacional da Moda Infantil. Sheila Censi Braun, coordenadora do Núcleo Têxtil da Associação Empresarial de Gaspar (Acig), acredita que o cenário deve ser ainda mais positivo com esse tipo de chancela. “O título é fruto de um trabalho em conjunto de entidades locais e empresários que acreditam na força da moda feita em Santa Catarina. Somos vitrine para o país e até mesmo fora dele pela qualidade que entregamos e a inovação tem sido um fator preponderante neste sentido. Acreditamos que em 2022 os resultados serão ainda mais positivos, vindos de uma cadeia produtiva fortalecida e com foco no futuro da indústria”, salienta.