REVISTA TÊXTIL 771

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A FEIRA PARA OS MERCADOS ADOS DE SERIGRAFIA, SIGN E TÊXTIL

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Diretor-Presidente: Ricardo Haydu Diretora de Redação: Clementina “Vivi” Haydu Jornalista: Carlos Eduardo Bazela Designer: Carlos C. Tartaglioni Foto da capa: Divulgação Representantes Comerciais Europa: International Communications Inc. Andre Jamar 21 rue Renkin: 4800: Verviers: Belgium Tel/Phone: + 32 87 22 53 85 / Fax: + 32 87 23 03 29 e-mail: andrejamar@aol.com Ásia (Asian): Buildwell Int. Co., Ltd. Nº 120, Huludun, 2nd St., Fongyuan, Taichung Hsien: Taiwan 42086: R.O.C. Tel/Phone: + 886 4 2512 3015 / Fax: + 886 4 2512 2372 Coréia (Korea): Jes Media International 6th Fl., Donghye-Bldg.: 47-16, Myungil-Dong Kandong: Gu: Seoul 134-070 Tel./Phone: + (822) 481-3411/3 / Fax: + (822) 481-3414 Correspondente na Argentina: Ecodesul Av. Corrientes, 3849: Piso 14° OF. A. Buenos Aires: Argentina Tel/Phone: (541) 49-2154 / Fax: (541) 866-1742 Órgão Oficial das entidades

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NOVE DÉCADAS DE RESISTÊNCIA Começamos 2021 e esperamos que você, caro leitor tenha passado bem e com saúde pelas festas de fim de ano. Em um ano desafiador até o fim, que nos obrigou a estar longe fisicamente de nossos entes queridos, a sensação é que 2020 não terminou, apenas deu uma breve pausa. Mas, em meio a tantas incertezas e números asustadores de uma pandemia que se recusa a retroceder no Brasil, comemoramos os 90 anos da REVISTA TÊXTIL. Adoraríamos que essa data se desse em uma ocasião melhor para que pudéssemos celebrar não só no sentido figurado, mas ainda assim, fazemos questão de dividir com você a alegria da data em uma retrospectiva especial nesta edição. Nessas nove décadas passamos por muita coisa. Governos, planos econômicos, tecnologias que mudaram o cenário e, agora, um surto viral por todo o mundo. Em comum a todos estes fatos históricos vemos a vontade do têxtil de resistir e se adaptar para continuar relevante na indústria de transformação brasileira. E é essa força que nos inspira a seguir aqui, trazendo informação de qualidade aos nossos leitores e exposição qualificada aos nossos anunciantes e parceiros. Sempre com o objetivo de fomentar bons negócios. No mais, aproveito para desejar a todos um excelente ano e que sigamos juntos, ainda que separados, nos protegendo o máximo possível para colher os louros da recuperação quando a hora chegar.

Publicidade Anuncie na REVISTA TÊXTIL e fale diretamente com o público leitor mais qualificado do setor têxtil no Brasil e no mundo: e-mail: revistatextil@revistatextil.com.br Assinaturas Para renovação e outros serviços, escreva para: e-mail: revistatextil@revistatextil.com.br

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SUMÁRIO

90 ANOS

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NOVE DÉCADAS COM O TÊXTIL

INTERNACIONAL

26 28 28 30 31 34 35 36 38 38

BRÜCKNER E A PORTUGUESA TINTEX SE UNEM VDILO E SICAM, JUNTAS PARA OFERECER INOVAÇÃO NOVOS TECIDOS DE MALHA 4D DA KARL MAYER MONFORTS RECUPERA MÁQUINA OERLIKON TRABALHA PARA SER NEUTRA EM EMISSÕES GRUPO STÄUBLI APRESENTA NOVO CEO TRUETZSCHLER ENTREGA LENÇOS SUSTENTÁVEIS SOLUÇÃO USTER REPORTA PROBLEMAS EM TEMPO REAL ANDRITZ ADQUIRE A LM INDUSTRIES INDÚSTRIA AUTOMOTIVA E CONSTRUÇÃO SÃO FUTURO

ABTT

39

PROFISSIONAL CAPACITADO

DENIM

40 42 44 46

ANISH INDIA EXPORTS E JEANOLOGIA CANATIBA ESTREIA IMPRESSÃO DIGITAL ARCHROMA E CLEANKORE SE UNEM BMSVISION MES É PASSO ADIANTE PARA INDÚSTRIA 4.0

TECNOLOGIA

47 48 50

BOLSHOI USA IMPRESSORA DIGITAL TÊXTIL MONNA LISA 8000 É NOVIDADE DA EPSON LECTRA FLEX OFFER É GESTÃO INTELIGENTE

SUSTENTABILIDADE

52

LENZING É RECONHECIDA POR TRANSPARÊNCIA AMBIENTAL

FIAÇÃO

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NILIT REVELA PREVIEW DE SEU NOVO TREND BOOK

EVENTOS

56 62 64 66 68 70 73

COLOMBIATEX MOSTRA OS RUMOS DO TÊXTIL EM 2021 FEBRATEX APRESENTA ESPAÇO INÉDITO PARA STARTUPS FESPA DIGITAL PRINTING TEM NOVA DATA DE REALIZAÇÃO ITMA + CITME 2020 APOSTA NO OTIMISMO TEXWORLD EVOLUTION PARIS INSPIRAMAIS ABRAÇA O DIGITAL ITME 2021 PRESENCIAL SEGUE CONFIRMADA

PANORAMA

74 77 78 80

RESISTÊNCIA É PALAVRA DE ORDEM TRATADO ENTRE UNIÃO EUROPEIA E REINO UNIDO ASSOCIAÇÃO ITALIANA ABRE CENTRO DE TREINAMENTO SYMANTEX ESPERA BONS NEGÓCIOS

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20 A 23 DE OUTUBRO DE 2021 EXPO CENTER NORTE | SÃO PAULO

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90 ANOS

NOVE DÉCADAS COM O TÊXTIL

A REVISTA TÊXTIL completa 90 anos e segue com a sua viagem no tempo contando fatos importantes da história do Brasil e do mundo. Venha conosco!

E

m quase um século de existência, a trajetória da REVISTA TÊXIL se entrelaça com a própria história do setor no país. Ao longo destes 90 anos, vimos crises, períodos de apogeu, processos produtivos nascerem e se tornarem obsoletos, inúmeros governos e planos econômicos etc. Mas, uma coisa que não mudou neste tempo todo foi nosso compromisso de trazer informação de qualidade para o setor, com visibilidade para nossos clientes e parceiros, sempre norteados pelo mesmo objetivo: promover o segmento mais importante da indústria brasileira. Sendo assim, elaboramos esta retrospectiva com um pouco do que houve de importante no Brasil e no mundo pela ótica do setor têxtil. Confira:

DÉCADA DE 1930 Em 1930 o professor Haydu percebeu que faltava no Brasil uma revista específica para o setor, que informasse as tecnologias em maquinários, aparelhos, tecidos e, desta maneira, nasceu a Revista Têxtil, em fevereiro de 1931, a primeira publicação técnica do país. A primeira tiragem foi de 200 exemplares, com periodicidade mensal sobrevivendo exclusivamente de anúncios, distribuída gratuitamente aos interessados. A organização do setor também avançou. Em 19 de março de 1931, era criado o Sindicato Patronal da Indústria Têxtil do Estado de São Paulo. Como dizia o decreto oficial, ele sucedia o antigo Centro das indústrias de Fiação e Tecelagem e a ele passavam a ligar-se todas as empresas têxteis existentes no Estado. No ano seguinte, 1932, sua denominação foi mudada para Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem em Geral do Estado de São Paulo – atual Sinditêxtil.

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Fotos: Divulgação


90 ANOS Na década de 40 os conflitos armados chegam ao apogeu, com II Guerra Mundial

A moda também trilhou novos caminhos na década de 30. Mais comportada, mais sisuda e menos irreverente, como se temesse, com seus arroubos, tumultuar ainda mais uma sociedade em crise. Seguindo as exigências das atividades esportivas, os saiotes de praia diminuíram, as cavas aumentaram e os decotes chegaram até a cintura, assim como alguns modelos de vestidos de noite.

DÉCADA DE 1940 Nesta época, os conflitos armados que assolaram a década anterior chegam ao apogeu, com Segunda Guerra Mundial. Foram também estabelecidos a ONU, a OTAN, o FMI e o Banco Mundial. Tem início o Plano Marshall, de recuperação econômica da Europa pós-guerra. Os primeiros problemas para a revista surgiram no início da 2ª Guerra Mundial, quando o governo brasileiro proibiu que um estrangeiro fosse editor. O incansável professor Haydu fez um curso extensivo de jornalismo, determinado a conseguir o diploma e manter a Revista Têxtil circulando. Mesmo conseguindo concluir o curso e se tornado jornalista formado, ainda enfrentou problemas, já que o governo havia expedido uma nova ordem que agora não permitia um jornalista estrangeiro como editor. Desta maneira, durante um período, o editor da revista foi o também professor Carlos Escobar, grande amigo de José Haydu. No pós-guerra a efervescência da produção intelectual dos países europeus desagua no Brasil uma série de conceitos, como neorrealismo, abstracionismo e existencialismo. Se durante a guerra a moda se submeteu aos rigores do período, logo que terminaram os conflitos co-

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90 ANOS meçou a haver uma reação à militarização e à masculinizarão das formas femininas, que eclodiu no New Look de Dior, propondo a volta à feminilidade a ao luxo. É nesse período que começa realmente a existir moda no Brasil. Os tecidos lançados na Europa eram copiados fielmente no Brasil, a ponto de não se perceber a diferença entre outros. Após a guerra, as mulheres entram com força total no mercado de trabalho, e a indústria americana lança os tecidos que dispensam o uso do ferro de passar. De 40 a 45 as indústrias de sedas e outras fibras naturais ficam paralisadas.

DÉCADA DE 1950 Essa década recebeu o apelido de Anos dourados. É considerada uma época de transição entre o período de guerras da primeira metade do século XX e o período das revoluções comportamentais e tecnológicas da segunda metade. Nesta época a Revista Têxtil era impressa em fotolito - um filme transparente, uma espécie de meio plástico, feito de acetato, e já contava com seus vendedores para contatos publicitários, assim como contava com Pascoal Gandanhole em sua equipe. Em 1958, o visionário, Caio de Alcântara Machado começou a mostrar todo seu talento e sua capacidade de organização ao abrir as portas da sua primeira feira de negócios, a Fenit. Não foi uma simples exposição de tecidos, roupas e máquinas. O setor fora escolhido por seu óbvio enraizamento econômico e sua forte visibilidade social, e por isso mesmo por seu poder de atração de público, com grande atrativo sendo é, claro, a moda.

DÉCADA DE 1960 Os anos 1960 foram realmente movimentados. Em uma década que começou com o início oficial da Guerra Fria, em 1961, o estado de tensão no qual o mundo se viu, sempre esperando por um possível conflito de escala nuclear entre a então União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (U.R.S.S.) e os Estados Unidos da América, acabou dando origem a um desejo de liberdade, que se refletiu em diversos âmbitos da cultura, como a moda e a música. Na época, o mundo testemunhou a invasão britânica do rock, com a ascensão de bandas como os Rolling Stones, The Who, The Kinks e, claro, os Beatles. Com

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A década de 1960 viu nascer o movimento hippie e começou a quebrar o conservadorismo (crédito: Vasilios Muselimis/ Unsplash)

ascensão do estilo, a moda também se modificou e a as calças começavam a figurar também nos guarda-roupas femininos, assim como a minissaia e a meia-calça. Há quem diga também que o surgimento de peças que ofereciam mais liberdade às mulheres também era reflexo de outros avanços da época, como o surgimento da pílula anticoncepcional, novidade no planeta desde o primeiro ano da década de 1960. No Brasil, esses anos também foram importantes para o Têxtil. Durante a década de 1960, houve a consolidação da Fenit, a Feira Nacional da Indústria Têxtil, cuja primeira edição havia sido realizada em 1958. Na época, a Fenit englobava tanto uma exposição de tendências para o setor, como um gigantesco desfile, no qual os estilistas revelavam as tendências e o uso prático dos tecidos apresentados no evento, bem como dos novos processos empregados para obtê-los.


90 ANOS

“Além das calças compridas representarem uma simetria dos gêneros, o minimalismo, outra bandeira hippie, também acabou dando origem a diversas peças unissex, um conceito que voltou a tomar força décadas depois”

Já em 1964, viria o Golpe Militar, que depôs o presidente João Goulart e deu início aos Anos de Chumbo, período pelo qual ficou popularmente conhecido os anos de ditadura no país. Com isso, uma série de manifestações populares e culturais, principalmente na música, com os famosos festivais de MPB lançando grandes nomes ao estrelato, como Chico Buarque, Elis Regina e o Clube da Esquina. Fazendo paralelo com o movimento Rock’n’Roll europeu, a Jovem Guarda traduzia canções e a atitude para o Brasil, com Roberto e Erasmo Carlos, Wanderléia e Ronnie Von. No mundo, as manifestações por igualdade racial comandadas por Martin Luther King, que o levaram a ser assassinado em 1968, ao lado do movimento hippie, clamavam por paz em um cenário tão incerto. Marcos históricos como o Festival de Woodstock também acabaram lançando tendência no modo como as pessoas

se vestiam. Além das calças compridas representarem uma simetria dos gêneros, o minimalismo, outra bandeira hippie, também acabou dando origem a diversas peças unissex, um conceito que voltou a tomar força décadas depois. A década de 1960 ainda viu os horrores e controvérsias da Guerra do Vietnã, mas viu a fotografia de moda receber o glamour que tem até os dias de hoje. Graças, em grande parte, à publicação do livro O Sistema da Moda, de Roland Barthes. Nele, o autor disseca a estrutura que viria a se consolidar, décadas mais tarde, em uma instituição lucrativa e cultural, por meio da qual é capaz de se analisar toda uma época e ainda prever tendências futuras, que refletem os hábitos da sociedade. Os anos 1960 também ficaram marcados pelo início da era tecnológica. No mesmo 1964 que trouxe o

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90 ANOS O Black Power foi uma das marcas dos anos 1970 (crédito: Jackson David/ Unsplash)

Golpe ao Brasil, a IBM lançou o circuito integrado, ou chip. Com a informática dando seus primeiros passos, inclusive com a ARPANET (Advanced Research Projects Agency Network), uma rede operacional de computadores, que viria se tornar a Internet, começamos a sonhar com o futuro. Carros voadores, robôs e toda a sorte de máquinas exóticas para diversos fins também passaram a fazer parte do nosso imaginário. Algo fortalecido pela chamada corrida espacial, que levou o cosmonauta russo Iuri Gagárin a ser o primeiro homem no espaço (em 1961) e o norte-americano Neil Armstrong, o primeiro ser humano a pisar na Lua, oito anos depois, em 1969.

DÉCADA DE 1970 Enquanto o Brasil seguia sob comando do regime militar o mundo passava por algumas turbulências políticas. O presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon, foi deposto pelo chamado “Escândalo de Watergate”, Portugal via acontecer a Revolução dos Cravos, que dissolvia o então Império e abria margem para a independência de Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe.

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90 ANOS A crise do petróleo, em 1973, jogou diversas nações contra as cordas. Mas, no Brasil, vivíamos sob o que se chamava de “milagre econômico”. Por meio de uma série investimentos em mercados que estavam nascendo e ainda eram inexplorados, o PIB brasileiro crescia a um ritmo de 10% ao ano, o que jogou o país em uma era ufanista, que deu ainda mais fôlego ao regime militar, ainda que houvesse uma forte repressão às pessoas de pensamento contrário. Nos anos 1970, o mundo viu nascer o movimento punk, que surgia como ruptura aos padrões aristocráticos ainda vigentes. Ainda na música, a ascensão das discotecas tornou comum o estilo extravagante de ser e vestir. Aliás, a moda, como de costume refletiu todas as movimentações culturais e musicais. O corte moicano, marca registrada do punk ganhava espaço, assim como o black power, oriundo das lutas raciais da década anterior. Esses dez anos ainda foram marcados pelo movimento hippie, que continuava forte, as saias e calças de cintura baixa e, principalmente, os acessórios. Colares, brincos e toda a sorte de penduricalhos fizeram muito sucesso na década de 1970. Essa década também foi excelente para a indústria têxtil. Incentivos fiscais e financeiros vindos do CDI - Conselho de Desenvolvimento Industrial, órgão do Ministério da Indústria e Comércio, possibilitaram a modernização e ampliação da indústria têxtil, com foco, principalmente, no aumento das exportações, que prometiam se destacar, embora o inverso estivesse vetado, uma vez que as importações estavam oficialmente proibidas pelo Governo. E esse objetivo foi atingido com sucesso. Diz-se, da época, que em reunião realizada na sede do Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem do Estado de São Paulo, o então ministro da fazenda, Antônio Delfim Netto, desafiou o setor a exportar 100 milhões de

dólares por ano em manufaturados têxteis, sendo que o montante alcançado até então era de 42 milhões de dólares, em 1970. Os incentivos – tanto morais quanto financeiros – fizeram efeito. Em 1975, os números de exportações têxteis brasileiras bateram 535 milhões de dólares e seguiram aumentando. A modernização da indústria no Brasil também seguiu uma tendência global. Durante os anos 1970, surgiram os telefones celulares, o Walkman, da Sony, os videocassetes surgem no cenário, assim como os vídeo games, com o lançamento do Magnavox Odissey. O boom da tecnologia também a deixou mais portátil, com a chegada das calculadoras de bolso e os fornos de micro-ondas chegavam ao mundo para facilitar a vida das pessoas na cozinha. Ainda sobre o boom econômico da década de 1970, economistas dizem que, embora tenha sido bom para diversos setores da nossa economia na época, ele deixou sequelas vividas por algum tempo após a saída dos militares do poder, como o endividamento do setor público e o aumento da desigualdade social.

“O então ministro da fazenda, Antônio Delfim Netto, desafiou o setor a exportar 100 milhões de dólares por ano em manufaturados têxteis” Revista Têxtil #771 I 11


90 ANOS DÉCADA DE 1980 A extravagante década de 1980 foi marcada pela chegada ao mercado de algumas das inovações do década anterior. Chegam ao mercado os videocassetes, que deram início ao longevo império do home vídeo nas locadoras, o Walkman, da Sony, mudou a forma de ouvir música em todos os lugares e os PCs, ainda que rudimentares, começavam a deixar exclusivamente os escritórios e entrar nas casas. Técnicos da Sony e da Phillips se unem para pensar em outra revolução musical, o Compact Disk Laser, ou CD. Em uma década conturbada, marcada por diversos conflitos, como conflitos no Oriente-Médio, na África e na América dos Sul. Na música, o surgimento da MTV, a famosa rede de TV com foco musical, traz consigo a ascensão do Pop, com Michael Jackson em carreira solo, Madonna e Prince. O Hip Hop ganha espaço, enquanto o Rock se divide em outros subgêneros, tano mais pesados, quanto mais melódicos. Se consagram bandas, como Iron Maiden e Judas Priest, os grupos Metallica, Slayer, Megadeth e Anthrax. Além de Bon Jovi, Van Halen, AC/DC, Guns N’ Roses, Def Leppard, Whitesnake e Scorpions. Já A-ha, U2, The Police, Duran Duran acabam se consolidando do lado do pop. Na moda, muitas cores e exageros, com cores neon e cabelos volumosos. Assim como a maquiagem, bastante pesada para as mulheres. As peças com ombreiras faziam sucesso com ambos os sexos e chegava a hora das calças subirem novamente a linha da cintura. Conjuntos jeans (com jaquetas e calças de mesma lavagem), o cropped, as minissaias e leggings das mais diversas cores, assim como sapatilhas, botas, polainas e sapatos de bico fino marcaram presença. Era o auge do movimento New Wave. No ramo têxtil, ainda se colhia os bons frutos econômicos da década anterior, com as exportações chegando a bater 916 milhões de dólares em 1980 e 1,2 bilhão de dólares em 1985, a década de 1980 representou uma mudança para a indústria como um todo e ela não foi positiva. Afinal, os anos marcavam o início do fim da era industrial para inaugurar a era da informação. Um fato interessante para o têxtil no mundo é que, durante a década de 1980, o segmento de vestuário já não era mais o maior mercado para o uso de fibras naturais ou sintéticas. O uso industrial e o doméstico, principalmente em móveis, acabaram assumindo a

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Os anos 1980 foi quando muitas tecnologia chegaram finalmente às residências (crédito: Lorenzo Herrera/ Unsplash)


90 ANOS

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90 ANOS dianteira. Os anos 1980 também viram nascer a globalização com a interligação da indústria. Com isso, surgiram as possibilidades do processo produtivo de um mesmo bem de consumo ser dividido em vários locais do mundo, aproveitando políticas de incentivos fiscais e mão de obra barata inerentes a cada localidade. Assim, muitas empresas fecharam as portas até que o mundo se acostumasse com isso. Já no campo político brasileiro, o fim da ditadura militar, em 1985, fez com que fosse criado o Plano Cruzado no ano seguinte para conter a inflação. O país ainda teria uma nova Constituição e um novo Estado, o Tocantins, no mesmo ano, 1988. Já no ano seguinte, o Brasil poderia ver sua democracia restaurada com a realização da primeira eleição direta para presidente após a ditadura militar. No mundo, Margaret Thatcher é a primeira-ministra do Reino Unido e antes que a década acabe, cai o Muro de Berlim, na Alemanha, em 1989.

DÉCADA DE 1990 Seguindo as tendências que já se anunciavam nos anos 1980, como a queda do Muro de Berlim, a década de 1990 começou com o colapso da União Soviética e o fim da Guerra Fria, sendo esses seguidos pela consolidação da democracia, globalização e capitalismo global.

“No têxtil, as tarifas aduaneiras do setor para a importação de certos tipos de produtos, entre eles os tecidos planos de fibras sintéticas, já vinham sendo revistas desde meados da década de 80” 14 I Revista Têxtil #771

Fatos marcantes para a década foram a Guerra do Golfo e a popularização do computador pessoal e a Internet. Apesar da prosperidade e democracia, nesta mesma década foi apresentado um grande crescimento de casos de AIDS na África, inúmeras guerras civis, e o surgimento do terrorismo. A Alemanha é reunificada em 03 de outubro de 1990. No mesmo ano é marcado o fim do apartheid na África do Sul e quatro anos depois a eleição de Nelson Mandela como primeiro presidente negro daquele país. O Reino Unido, depois de uma recessão em 1991 e 92 e a desvalorização da libra, conseguiu um crescimento contínuo, que se seguiram no novo século. A economia dos Estados Unidos permaneceu sem crescimento durante a primeira metade da década. Muitos países, instituições, companhias e organizações consideraram a década de 1990 como “tempos prósperos”. Colocar o Brasil das desigualdades sociais e econômicas no caminho do desenvolvimento, arrancar a indústria brasileira da estagnação e garantir os direitos constitucionais básicos aos cidadãos, foram considerados os desafios do início dessa década. Foi marcado também pela queda de tarifas alfandegárias nas áreas de importação de insumos industriais e bens de capital. Assim, velhos monopólios estatais foram extintos com privatizações, eliminaram quase todas as restrições à entrada e à participação de capitais estrangeiros. Com isso, pretendia-se reduzir o estatismo, estimular os investimentos, aumentar a concorrência, trazer a tecnologia e aumentar a eficiência e a produtividade. As grandes transformações iniciaram no governo de Fernando Collor de Mello, que no teor do discurso moralizador e neoliberal sacudiu o Brasil quando entrou em prática. Collor tomou posse em 15 de março de 1990 e, dias depois, a população ficou chocada quando conheceu as medidas econômicas do chamado “Plano Collor”: depósitos bancários e aplicações financeiras confiscados temporariamente, mercado aberto às importações, órgãos públicos fechados, funcionários demitidos e estatais postas à venda. A iniciativa privada nacional foi forçada a se adaptar à voracidade da concorrência externa. O Brasil iniciava mais um combate contra a inflação, que somente se amenizou na segunda metade da década, mas com muitos problemas a serem resolvidos.


90 ANOS No têxtil, as tarifas aduaneiras do setor para a importação de certos tipos de produtos, entre eles os tecidos planos de fibras sintéticas, já vinham sendo revistas desde meados da década de 80. Em 1990 quando se permitiu a abertura geral da economia, essas tarifas caíram de 70% para 40% inicialmente e, uns poucos anos depois, caíram para 18%. Ao mesmo tempo os direitos de importação de máquinas e de alguns insumos eram reduzidos a zero. Se o incentivo à importação de máquinas e insumos, naquelas circunstâncias, era visto como condição essencial para renovar e dar à indústria têxtil a competividade desejada, a derrubada dos direitos de importação de tecidos acabados e de roupas feitas revelou-se devastadoras para fiações, tecelagens, estamparias, tinturarias, malharias e confecções, isso causou o fechamento de muitas empresas têxteis. Recessão e inflação minavam, em contrapartida, o governo Collor que em 1991 já era alvo de denúncias de corrupção, com isso muitos jovens criaram o movimento “Caras Pintadas”, que foi uma mobilização com uma forte campanha de mídia exigindo o impeachment do presidente. No fim de 92, Collor renunciou, minutos antes da votação no Congresso Nacional. Assumiu o vice, Itamar Franco. As importações assustaram as indústrias brasileiras. Um dos exemplos que mais se destacam sobre os danos causados na abertura comercial sem controle quantitativo e qualitativo deu-se no ramo têxtil. Em 90, entraram no país US$ 463 milhões em manufaturados, com saldo positivo de US$ 785 milhões na balança setorial. Já em 94 no final do governo de Itamar, as importações têxteis totalizaram US$ 1.323 bilhão. Muitas empresas brasileiras não aguentaram. Um grupo de economistas apresentou para o então Ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, o Plano Real, que segundo eles poderia eliminar de vez a inflação. Itamar Franco concordou e o cruzeiro passou a coexistir com a URV- Unidade Real de Valor. O Plano Real cumpriu a sua missão e derrubou a inflação. O resultado foi uma forte expansão do consumo, com a indústria em geral batendo recordes de vendas. Nesta mesma década existiu a fusão e criação de joint-ventures no setor têxtil em todo o Brasil. Em 1995 Fernando Henrique Cardoso assumiu a presidência da república, dando continuidade ao plano

A queda do Muro de Berlim, na Alemanha foi o início do fim da Guerra Fria (crédito: Jacques Bopp/ Unsplash)

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90 ANOS de estabilização implantado no governo de Itamar Franco. O Plano Real empolgou pelo controle da inflação e aqueceu as transações comerciais, mas houve um descontrole em relação ao crédito, e a inadimplência acabou derrubando as vendas. Ao mesmo tempo a abertura do mercado pegou as empresas despreparadas, deixando a indústria têxtil em uma situação muito difícil. A cidade de Blumenau (SC), um dos maiores polos têxteis do país, entrou em uma grave crise. Mesmo com a inflação controlada, o índice de concordatas e falências acelerou e os balanços de grandes companhias entraram no vermelho. E o que aconteceu no estado era um drama nacional. Foi realizada uma marcha com empresários de todo o país até Brasília, pedindo um maior controle sobre as importações. FHC decidiu estabelecer cotas para a importação de produtos dos países sul-asiáticos, os quais praticavam concorrência desleal, infringindo regras do comércio mundial logo prejudicando o Brasil. A integração ao bloco do Mercosul contribuiu para o bom desempenho das exportações no setor têxtil. Buscaram novos mercados e criaram canais de distribuição, e encontrou grande receptividade. Em 1994 foram US$ 126 milhões e em 98 US$ 602 milhões. Neste período a Argentina firmou-se como o segundo maior parceiro comercial, atrás dos Estados Unidos e à frente da Alemanha. Com a desvalorização do real em 1999 – durante o segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso – o Brasil eliminou o programa de bandas cambiais e duplicou a relação dólar/real em favor da moeda estadunidense. A indústria têxtil brasileira tinha mais de 20 mil empresas empregando 1,4 milhões de pessoas e movimentando cerca de US$ 20 bilhões de negócios em exportação. O setor com um todo foi beneficiado pela desvalorização da moeda brasileira, que tornou mais caros os produtos importados e mais competitivos os tecidos e as confecções nacionais. Em 1992 a Rodhia lançou no Brasil a microfibra (hoje chamamos fio inteligente), impulsionando novamente o mercado. Amplamente pesquisada, a microfibra chegou na indústria com a função de proporcionar maiores desenvolvimentos às tecelagens e malharias. A cultura brasileira tornou-se mais valorizada com a ressureição do cinema e a boa recepção de músicos brasileiros no exterior. O esporte também passou

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por bons momentos, como as 18 medalhas olímpicas e títulos mundiais no basquete e no futebol, como a conquista do Tetra, na Copa 1994, a seleção do Brasil conquistou o tetracampeonato. Infelizmente o esporte também passou por um momento ruim, Ayrton Senna morreu em um acidente no GP de Imola, no dia 1º de maio de 1994. Os anos 90 trouxeram o desenvolvimento tecnológico mais rápido da história, tornando popular e aperfeiçoando tecnologias inventadas na década de 80, e a popularização do Microsoft Windows, especialmente após o Windows 95. O crescimento explosivo da internet, devido a queda no custo de computadores e tecnologia, são uns dos exemplos do que foi desenvolvido na década anterior.


90 ANOS O movimento LGBTQ+ passa a ter visibilidade na mídia

O telefone celular cresceu em popularidade e diminui o tamanho, e tornou-se uma necessidade moderna. Ainda na comunicação Pagers e PDAs se tornaram populares, junto com um “tal de e-mail”. A ciência nos surpreende com a clonagem da ovelha Dolly, o começo do Projeto Genoma Humano e a identificação de DNA tornou-se muito utilizado em lei criminal. A nave Mars Pathfinder da NASA aterrissa em Marte e deixa o veículo Sojourner, que analisa a geologia e astronomia marciana, enviando dados inéditos sobre o planeta vermelho. Na música, as Bandas Guns N’ Roses e Nirvana se consolidam, criando alicerces para o movimento Grunge, marcado por bandas de rock alternativo, cabelos grandes e desarrumados, camisas de flanela e jeans

O movimento Grunge, marcado por bandas de rock alternativo, cabelos grandes e desarrumados, camisas de flanela e jeans rasgados

rasgados se tornaram um “uniforme”. Piercings e tatuagens viraram cada vez mais comuns. A peça-chave era a camisa xadrez. A década musical ainda foi marcada pela vinda dos dois maiores astros da música pop ao Brasil pela primeira vez: Michael Jackson e Madonna, em 1993. O rock nacional revela vários nomes, dos mineiros Skank, Jota Quest e Pato Fu, ao mangue beat de Chico Science & Nação Zumbi, passando pelos Raimundos, Mamonas Assassinas e Charlie Brown Jr. O movimento LGBTQ+ passa a ter visibilidade na mídia em séries, como Will and Grace, filmes como The Birdcage e In and Out, deixando celebridades, como K.D. Lang, Elton John, Melissa Etheridge, Ellen DeGeneres e George Michael à vontade para assumir sua sexualidade

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90 ANOS publicamente. O tema, inclusive passa a figurar mais ativamente nas telenovelas brasileiras. Aliás, com o fim da censura no final da década anterior, as telenovelas passam a abordar temas mais sérios com maior frequência, como a reforma agrária, entre muitos outros, que são discutidos com mais naturalidade pela sociedade em geral. Em 1994 com a estabilização da economia, o país volta a crescer, o que imediatamente se reflete na moda através das apresentações grandiosas para mobilizar a mídia, as semanas de moda. Nesta mesma década é que surgem as primeiras gerações de estilistas e profissionais de moda graduados nas escolas do país. Voltados inteiramente para o prêt-à-porter estavam em busca das próprias referências. A cidade pioneira na organização de desfiles foi o Rio de Janeiro. A Semana de Estilo Leslie surgiu em 1992, organizada por Dupla Assessoria, empresa criada pela Eloísa Simão em sociedade com o italiano naturalizado brasileiro Giorgio Knapp. Por problemas financeiros o evento teve apenas três edições. Com um novo patrocinador, Renasce/Multiplan, em abril de 1996 estreia a primeira edição da Semana de Estilo Barra Shopping. Acontecia duas vezes ao ano, de 1998 a 2001 as edições tornaram-se anuais. Com a retirada do patrocínio o evento se viu obrigado a mudar sua nomenclatura, e decidiu que dali em diante adotaria um nome próprio sem elo com patrocinadores, nasce então o Fashion Rio. O Phytoervas empresa de Cristiana Arcangeli sempre patrocinou desfiles de moda para agregar a sua marca. Em 1993 em São Paulo, Cristiana em parceria com um jovem produtor chamado Paulo Borges criaram um evento cujo objetivo era de lançar e desenvolver a carreira de novos talentos da moda, surge o Phytoervas Fashion. Três jovens talentos apresentaram as suas coleções em um galpão que cabiam 500 pessoas, Walter Rodrigues, Sônia Maalouli e Alexandre Hercovitch. Nesta década em São Paulo os jovens aderiram a onda clubber (música eletrônica, cores nos cabelos, piercings e para eles a roupa era material de criação), e a Phytoervas Fashion aconteceu no auge do movimento clubber, e isso aproximou a jovem imprensa comportamental e assim a divulgação do evento. Na segunda edição o número de estilistas triplicou: três noites, nove nomes como Inácio Ribeiro (Papaulo), Fause Haten entre outros. O local foi em um novo gal-

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pão no bairro de Pinheiros onde ficou conhecido com o nome Phabrica. O evento para cumprir o seu objetivo impôs a regra de que cada estilista era permitido três desfiles. Com isso começou a surgir “orfãos” do Phytoervas Fashion. Após um desentendimento entre a empresária Cristiana Arcangeli e Paulo Borges, o produtor resolve deixar a parceria. Assume na quinta edição Betty Prado. Neste momento é que surge Ronaldo Fraga, apresentando a coleção que segundo Betty foi um sucesso “Eu Amo Coração de Galinha”. Também fizeram parte desta edição Annelise de Salles, Marcos Borches, Jeziel Moraes, Estela Alcântara, Emanuelle Serrière, Eduardo Ferreira, Marcelo Affonseca e Marcelo Gaudi. Essa época também é marcada pela visibilidade do estilista Marcelo Sommer e Jum Nakao. O Phytoervas Fashion se encontrava desgastado na sua 6°edição (1996), além disso começou a enfrentar um concorrente, chamado Morumbi Shopping, criado por Paulo Borges, que não queria lançar os jovens estilistas, mas dar continuidade ao trabalho dos “orfãos”. Mesmo com as diferenças de objetivos, aconteceu uma forte competição entre os dois eventos. A Phytoervas se tornou um prêmio anual batizado de Phytoervas Fashion Awards, com destaque para 22 categorias, e a modelo revelação que ganhou, na época com 16 anos, Gisele Bündchen. Em 1994, a marca Fórum voltou-se para referencias da cultura popular – era a primeira vez que uma grande marca assumia valores brasileiros, levando a uma discussão a respeito da necessidade de uma identidade brasileira na produção do país. A Casa dos Criadores foi criada em 1997. Tinha o nome de Semana de Moda, e o objetivo era oferecer um espaço para os “orfãos” do Phytoervas Fashion. Criado pelo jornalista Andre Hidalgo em parceria com um grupo de jovens estilistas como Martielo Toledo, Jeziel Moraes, Elisa Stecca e Annelise de Salles e, ainda, Lorenzo Merlino e Marcelo Sommer, iniciou-se quase sem patrocinio em um clima de cooperativismo. Na 8ª edição Hidalgo amadureceu e encontrou um formato definitivo para o evento, pois com o passar das edições a Semana de Moda estava apresentando um LAB (de laboratório), focado nos jovens talentos, e o evento também era aberto a estilistas profissionais. Neste momento é que Hidalgo resolve rebatizá-lo de A Casa dos Criadores.


90 ANOS Ao longo de mais de uma década muitos nomes passaram pelo evento, iniciaram as suas carreiras pela Casa dos Criadores nomes como André Lima, Mario Queiroz, Caio Gobbi, Lorenzo Merlino, Marcelo Quadros, Giselle Nasser, Samuel Cirnansck, Érika Ikezili, Cavalera, João Pimenta, Fábia Bercsek, Priscila Darolt, Simome Nunes, Mareu Nitschke, V. Rom, Juliana Jabour, Elisa Chanan, Ivan Aguiar e Rita Wainer entre outros. O Fashion Rio estava sem patrocínio, a empresa Dupla buscou a união da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro – Firjan, e da Associação Brasileira de Indústria Têxtil – Abit, foi firmado um acordo entre as três instituições na formação de um conselho gestor que comandou o evento. A primeira edição teve os desfiles de marcas como Alice Tapajós, Amazon Life, Andrea Saletto, Blue Man, Carlos Tufvesson, Complexo B, Lenny, Márcia Ganem, Osklen, Rygy, Salinas, Sandpiper, Santa Ephigência e M. Officer. A Dupla também desenvolveu o Fashion Business e o Moda Hype. No Brasil e grande maioria do mundo, a moda da cintura alta (acima do umbigo), usada especialmente pelas jovens, começa a sair de moda depois de 1998, dando lugar as calças ou shorts que mostram barriga e umbigo.

DÉCADA DE 2000 A política internacional, neste período foi marcada especificamente pelos conflitos militares entre os Estados Unidos e o Oriente Médio, a chamada Guerra ao Terrorismo, representados pela Guerra do Afeganistão e a Guerra do Iraque. Os conflitos entre os Estados Unidos e o Oriente Médio foram desencadeados pelos atentados terroristas de 11 setembro de 2001, onde dois aviões colidiram com o World Trade Center em Nova York. Iniciam-se as invasões americanas nos países do Oriente Médio, findando as ditaduras de Saddam Hussein no Iraque (condenado e executado na forca) e, do regime Talibã no Afeganistão, com objetivo de capturar Osama Bin Laden. Os países da União Europeia passaram, em sua maioria, a adotar o euro como moeda comum, com exceções do Reino Unido, Suécia e Dinamarca. Na América Latina, iniciou-se também uma onda de esquerda e antiamericanismo, representada especificamente pelo presidente venezuelano Hugo Chávez, apoia-

“A economia mundial passou por um dos maiores períodos de prosperidade e estabilidade da história, até o final do ano de 2007, quando iniciou a crise imobiliária dos EUA”

do pelo presidente da Bolívia Evo Morales. A China atingiu um crescimento econômico sem precedentes, tornando-se alvo de críticas de muitas empresas em especial do setor têxtil. A década marcou ainda o fim do pontificado de João Paulo II, em 2 de abril de 2005. O conclave eleito em seu lugar foi o alemão Joseph Ratzinger, que tomou o nome de Bento XVI. No Brasil a década de 2000 ficou marcada como a década em que a esquerda da política brasileira teve um representante eleito presidente. Luiz Inácio Lula da Silva elegeu-se nas eleições de 2002, após quatro tentativas anteriores, e foi reeleito em 2006. Causou muito receio no mercado financeiro nacional e internacional, o que foi se desfazendo no decorrer do governo. Também foi época de casos de corrupção. A época foi marcada pela descoberta da camada pré-sal, da produção de biocombustíveis e da autossuficiência em petróleo. O Brasil ganhou destaque internacional com polêmicas envolvendo o Golpe militar em Honduras em 2009 e a recepção de Mahmoud Ahmadinejad, presidente do Irã. Após os anos difíceis de aprendizado e adaptação a indústria têxtil virou o jogo. A balança comercial do

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90 ANOS complexo têxtil nacional, incluída a da confecção, depois de dez anos seguidos de déficits, (acima de um bilhão de dólares em 1996 e em 1997), a partir de 2001 o saldo positivo tornou-se constante e crescente em volume e valor. Em 2005 o país vendeu para o exterior 270 mil toneladas de produtos a mais do que recebeu, gerando um saldo de 680 milhões de dólares. As empresas começaram a pensar no bem-estar dos funcionários e aumenta a preocupação com o meio ambiente. Por culpa da seca, em 2001 o Brasil racionalizou a energia elétrica, e isso se refletiu na produção industrial do país. O setor têxtil reduziu cerca de 5,7%, apesar da produção do algodão ter crescido muito, a ponto de fazer do Brasil autossuficiente na época. Mas, o principal efeito negativo veio da forte crise que a Argentina estava passando, com a desvalorização da moeda. O Brasil conseguiu acumular mais reservas do que a dívida externa, recebendo status de credor e apresentou um crescimento econômico médio-baixo em comparação com a média dos países emergentes. Mas, o país conseguiu manter sua economia estável. Um estudo apresentado pelo Instituto de Estudos e Marketing Industrial (IEMI) fez uma comparação de 1990 a 2003 sobre o desempenho da indústria têxtil. O setor de fiação produziu + 4,8%; tecelagens + 46,6%; as malharias tiveram um acréscimo de 38,8%; e a produção de vestuário em 2003 estava 105,3% acima do registrado em 90. E ainda de acordo com o IEMI, neste período aconteceu uma queda importante no emprego, muitos foram terceirizados e houve uma restruturação das operações. A produção da cadeia têxtil somou US$ 20,1 bilhões em 2003, valor equivalente a 4% do PIB total e 17% do PIB da indústria de transformação. Muitas empresas buscaram centros de pesquisas para o desenvolvimento de tecidos tecnológicos ou inteligentes. A Santista, em 2003 lançou o Moist Care, um tecido com microcápsulas hidratantes, que mantém a umidade da pele durante o uso, sendo uma exclusividade mundial em tecidos planos. Outra inovação foi um tecido produzido com fibra de milho Ingeo, lançado simultaneamente no Brasil e nos Estados Unidos. Essa fibra surgiu para buscar uma nova composição, produzida a partir de fibras naturais e sendo

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agradável ao toque e, ao mesmo, com as características dos tecidos sintéticos, como resistência, menos amarrotamento e secagem rápida. Em 2001 formou-se a primeira turma do curso de Design Têxtil no SENAI-CETIQT, era o único que existia no Brasil, especializado na capacitação de profissionais para o desenvolvimento de projetos nas áreas de estamparia, tecelagem e malharia, para os mercados de vestuário e decoração. O setor têxtil e de confecção contava com mais de 30 mil empresas no país, com uma arrecadação acima de 47 bilhões anuais. A região mais expressiva era a sudeste com 46,1% da produção nacional, em seguida a região sul com 29,5%, nordeste logo depois com 20,5%, centro – oeste 2,1% e Norte 1,8%. Cresce a popularização da banda larga, substituindo gradualmente a conexão discada à Internet, e


90 ANOS Os anos 2000 viram o alvorescer das redes sociais. (crédito: natanaelginting/ Freepik)

o Bluetooth fez crescer o conceito de rede sem fio. Blu-ray substitui o DVD, que por sua vez torna obsoleto as fitas VHS. O disquete cai em desuso, sendo substituído pelo CD-R, DVD, pen-drive e o ressurgimento dos cartões-de-memória. A Apple lançou o iPod e o iPhone, revolucionando o mercado de celulares e MP3 players.Surgiram na Internet as redes sociais como o Orkut e, mais tarde, o Facebook. A imprensa começou a digitalizar o material impresso. Torna-se comum ouvir rádio e assistir televisão pela internet. Nos Estados Unidos a última eleição presidencial foi muito disputada também na internet. Foi eleito o primeiro presidente negro, Barack Hussein Obama. No ano de 2006, os ditadores Slobodan Milosevic e Augusto Pinochet faleceram antes de ter o veredicto do julgamento por crimes contra a humanidade. Em junho,

“Em 2000 o Shopping Morumbi retirou o patrocinio do Morumbi Fashion e o evento começou a atender pelo nome de São Paulo Fashion Week (SPFW).”

o Brasil tornou-se pentacampeão mundial de futebol, na Copa sediada no Japão e na Coreia do Sul. Os Jogos Panamericanos de 2007 foram realizados na cidade do Rio de Janeiro. A literatura foi levada para as telonas com enorme frequência, em filmes que se tornaram sucessos de bilheteria. O cinema em 3D ficou mais popular e acessível. O filme Avatar foi lançado e se tornou um recorde de bilheteria, sendo considerado um filme revolucionário, principalmente pelos efeitos especiais. Os realities shows se popularizaram no Brasil. Foi registrado um aumento da popularização da TV por assinatura e a TV digital é implantada no país. A escocesa Susan Boyle torna-se célebre no mundo todo após ter participado de um reality show inglês “Britain’s Got Talent”, batendo um recorde de visualizações de seus vídeos na internet. Revista Têxtil #771 I 21


90 ANOS Já no final da década, os tubos de raios catódicos deixaram de ser fabricados para televisores e monitores de computador, dando lugar à tela de plasma e o LCD. Nesta década também existe a convergência de mídias, onde um dispositivo de armazenagem pode ser usado em aparelhos de som e TVs. A moda dos anos 2000 é uma inspiração dos anos 50. O resgate da Ladylike, buscando o feminismo, com cintura marcada, saias e calças. Foi adicionado com cuidado o colorido dos anos 60, e como o mundo estava mais propício a preservação da natureza, a tendência fashion era reciclar, deixando o tema sustentabilidade em alta. Em 2000 o Shopping Morumbi retirou o patrocinio do Morumbi Fashion e o evento começou a atender pelo nome de São Paulo Fashion Week (SPFW). Em 2007, por interesses voltados para as exportações que o Fashion Rio gerava, Eloíza Simão (da empresa Dupla Assessoria) foi dispensada, e um novo contrato foi firmado entre o Firjan, Abit e a produção do grupo empresarial InBrands - dono de uma expressiva parte da empresa Luminosidade, detentora da marca SPFW, ou seja ao produtor Paulo Borges. A empresa Dupla Assessoria continuou a frente do Fashion Business, com patrocínio da Federação do Comércio do Rio de Janeiro, a Fecomércio. Diversos desfiles importantes aconteciam pelo país como em Minas Gerais com o evento Minas Trend Preview, no Rio de Janeiro com o Top Fashion Bazar, e na Bahia, Barra Shopping Bahia. A moda brasileira ocupou um lugar considerável do mercado interno, e em 2005 representou 92% (US$ 23,8 bilhões) do faturamento do setor têxtil/ confecção, mas ela ainda era pouco conhecida no mercado exterior.

DÉCADA DE 2010 A alta conectividade é a principal característica do início desta década, marcada pela popularização dos smarphones, tablets e a guerras das grandes empresas pela preferência do público por seus dispositivos. Pela primeira vez na história e cercado de bastante controvérsia, acontece a colisão de hádrons no maior acelerador de partículas do mundo. No Brasil foi realizado o primeiro censo demográfico e econômico da história, sendo mais tecnológico e informatizado, foi supervisionado pelo IBGE – Instituto Brasi-

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A década de 2010 foi a era dos smartphones (crédito: freestocks)

leiro de Geografia e Estratégia. Após dois mandatos Luiz Inácio Lula da Silva deixa a presidência sendo substituído pela primeira mulher eleita presidente no país, Dilma Roussef. No Rio de Janeiro, uma ação conjunta com a Polícia Civil do Estado, a polícia militar e as Forças Armadas, ocuparam o complexo do Alemão, que há anos era dominado pelo tráfico. A ação durou seis dias, e foi transmitida ao vivo pelas emissoras de TV. Nos Estados Unidos em 2010, ocorreu uma explosão na plataforma Deepwater Horizon, durante dois dias em chamas, uma grande mancha de óleo se espalhou. A explosão aconteceu no dia 20 de abril e o derramamento de óleo só cessou em 17 de julho. Em 5 de agosto de 2010 aconteceu um acidente na mina San José, localizada no deserto chileno de Atacama. Cerca de 33 mineiros foram soterrados a 700 metros da superfície. Em outubro do mesmo ano, em transmissão ao vivo pela tv e internet, foi feito o resgate de todos os mineiros.


90 ANOS

“A ideia de preservação do meio ambiente ficou mais madura em 2010. Muitas empresas do setor têxtil se adequaram em processos menos agressivos a natureza”

A década foi marcada por registros de terremotos violentos, como o que atingiu o Haiti, Chile, a Nova Zelândia e o Japão onde foi provocado um vazamento radioativo. Alguns estados brasileiros sofreram com fortes tempestades e consequentemente inundação e deslizamentos. Documentos secretos sobre os Estados Unidos referente à guerra do Iraque e outros assuntos com forte repercussão mundial foram divulgados pelo site denominado Wikileaks. Em 2 de maio de 2011 a morte de Osama Bin Laden em um esconderijo no Paquistão é divulgada pelo governo americano. Segundo eles, o corpo foi filmado, fotografado e jogado no mar para impedir retaliações terroristas. Na economia, as nações consideradas emergentes se sobressaíram e ganharam uma atenção mundial, como a Índia, Rússia, China e o Brasil. A China se torna a segunda maior economia, já que a Europa continua passando por uma crise, na qual o destaque é a Grécia e o grave descontrole das dívidas públicas.

A indústria têxtil teve um 2009 bem difícil para o setor de máquinas e equipamentos, mas conseguiu reagir na metade do ano, com destaque o segmento de máquinas circulares. O Custo Brasil é um dos entraves para o crescimento do setor de máquinas. O país possui a tecnologia, é considerado competitivo, mas as indústrias são obrigadas a pagar muitos impostos. Após a grave crise mundial o governo brasileiro, para não derrubar a economia, reduziu por um período o IPI – Imposto de Produtos Industrializados, para a linha branca e automotiva. Em relação às máquinas têxteis, foram auxiliadas pelo FINAME, linha de crédito destinada a empresas de micro e pequeno porte instaladas no Brasil. Com juros reduzidos e o pagamento estendido em até 10 anos, a produção de bens de capital se destacou e o cenário teve um respiro. A ideia de preservação do meio ambiente ficou mais madura em 2010. Muitas empresas do setor têxtil se adequaram em processos menos agressivos a natu-

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90 ANOS O neoprene, popularmente usado emroupas de surf e mergulho, foi destaque nos anos 2010 (crédito: Hayden Hunt / Unsplash)

reza e desenvolveu uma categoria na qual se destacam as lãs e os algodões orgânicos. Neste mesmo ano apareceram na moda muitas misturas entre fibras naturais e sintéticas com acabamentos de alta tecnologia, oferecendo inúmeras possibilidades para criação. O que se destacou foram os tecidos os tecidos high-tech, com nanotecnologia, por exemplo. Podemos citar o tecido com memória, que retorna à forma original quando amassa, os tecidos com controle de temperatura, os antipoluição e antirradiação, bactericida, os com funções de transpiração e o neoprene. Este último, com bastante flexibilidade, elasticidade, resistência e alto desempenho. O neoprene consiste em uma folha de borracha expandida sob alta pressão que, depois de vulcanizada é revestida, principalmente com poliéster. O material é dividido em diversas linhas de acordo com a finalidade, entre as quais temos tecidos à prova

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d’água, com proteção térmica e acústica, proteção contra o fogo, entre outros. Estampas florais ou animais em micro, midi ou maxi vestidos e saias. Blazer com mangas ajustadas ao corpo passando a impressão de alfaiataria com cortes na altura da cintura e a volta das calças cintura-alta mostram que a moda é realmente cíclica. Uma ideia confirmada pela volta das saias rodadas dos anos 1960, só que agora coloridas e com o comprimento acima dos joelhos. Sobreposições, babados, volume nos ombros, cintura marcada, o feminismo com o uso de rendas e laços abrem caminho, sem deixar de lado a sensualidade das transparências. Um aspecto interessante foi o uso de cores vibrantes para o inverno como vermelho, tons de laranja, mostarda entre outros. A cor nude também foi bastante destacada no vestuário, calçados e maquiagem. Muito veludo, couro e acabamentos em tricô, assim como lã,


90 ANOS Com a alta conectividade, os equipamentos têxteis de controle de qualidade ficaram ainda mais eficientes (crédito: divulgação)

jeans desbotado, rendas e estampas de animais e florais. O xadrez, que foi uma febre na década de 1990, volta com força total em 2011 e seguiu pelo restante da década sem cair de moda. Até hoje, inclusive. A década de 2010 também ficou conhecida pelo conceito de internet das coisas. O acesso à web já não era mais exclusividade de celulares, tablets e computadores, estando ao alcance dos mais diversos tipos de máquinas. Inclusive as têxteis. Mais conectado, o maquinário do setor ficou ainda mais preciso. Sendo capaz de passar diagnósticos on-line sobre processos e, principalmente, produzir em escala reduzida, favorecendo à personalização das peças. Em fevereiro de 2021, a REVISTA TÊXTIL comemora seus 90 anos! E, sinceramente, esperamos que as celebrações de nosso centenário, daqui dez anos, nos tragam muitas outras – boas – lembranças da década de 2020 além da pandemia do novo coronavírus. Nos vemos lá! RT

Ricardo e Vivi Haydu seguem com a missão de informar a Indústria por meio da REVISTA TÊXTIL

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INTERNACIONAL BRÜCKNER E A PORTUGUESA TINTEX SE UNEM PARA CRIAR NOVA LINHA DE PRODUÇÃO

A Tintex é uma empresa têxtil de Portugal conhecida por produzir tecidos funcionais para marcas conhecidas da moda, materiais esportivos e de lingerie. A empresa vê no têxtil um papel importante para fazer a diferença para melhor quanto às mudanças climáticas e conta com um time técnico sempre em busca de inovação. Partindo da ideia de que esta não é possível sem levar em conta a sustentabilidade, a Tintex se uniu com a fabricante alemã Brückner para criar uma nova linha de produção capaz de criar novos efeitos em malhas de duplo elastano, que não seriam possíveis antes. Segundo a fabricante, a nova linha tem benefícios imbatíveis, especialmente com relação às exigências de uniformidade de temperatura, por conta do tratamento térmico de misturas de fibras sintéticas. Mesmo tecidos de malha muito difíceis de revestir, pelo alto teor de elastano, podem agora ser revestidos diretamente ou funcionalizados. Até agora, tais revestimentos só eram possíveis em um processo indireto, que demandava mais tempo, energia e insumos. O coração da nova linha é o já atestado, mas em constante evolução, secador stenter Power-Frame. Os componentes de entrada e saída são especialmente projetados para tecidos sensíveis e garantem um funcionamento sem tensão. Uma unidade de revestimento especial, recentemente desenvolvida, está integrada no suporte de alimentação da estrutura do stenter que, devido a seu design variável, permite dois processos de aplicação diferentes mesma linha. No chamado processo de revestimento por tela, pastas à base de água e espumas estáveis ou instáveis são aplicadas sobre o tecido com alta precisão por meio de uma tela cilíndrica e um sistema de rodo integrado. Para o revestimento em pasta, os parâmetros da máquina podem ser ajustados de tal forma que seja possível um revestir de um só lado malhas leves, feitas de algodão ou viscose, desde que a pasta seja de vis-

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A nova linha de produção Brückner, que já está em operação na Tintex, em Portugal.

cosidade adequada. Para o revestimento de espuma estável, o meio de revestimento é misturado à espuma com um peso exato de espuma por litro de 150 a 300 g/l. Com uma bomba de alimentação integrada, esta espuma pode ser precisamente dosada e aplicada ao tecido através da tela. Também no caso de revestimento de espuma instável, o meio de revestimento é espumado com um misturador e aplicado ao tecido em doses exatas. Aqui o peso da espuma/litro é de 30 a 100 g/l. Como a espuma instável desaba logo após a saída da tela, pode-se obter uma funcionalização de um único lado com uma captação muito baixa de menos de 10 a 20%. Esta é uma aplicação básica com considerável economia de energia e, portanto, de custos no processo de secagem subsequente. Se você quiser revestir um pouco mais de tecido estável ou aplicar pesos de revestimento mais altos, a unidade pode ser rápida e

Fotos: Divulgação


INTERNACIONAL

Menos processos, mais economia

facilmente convertida do revestimento de tela para um sistema de faca sobre cilindro. O rolo de contrapressão é então usado como cilindro de revestimento. Uma calandra integrada na alimentação do stenter permite obter vários efeitos sobre o tecido, por exemplo, um grão de couro. Se o revestimento de espuma estável aplicado tiver uma certa espessura de camada, este efeito pode ser alcançado após a passagem da secagem na calandra de laminação por meio de um papel de liberação alimentado ou de um rolo apropriado. Mesmo com tecido de malha sensível e diretamente revestido, esta calandra pode ser usada para aplicar, por exemplo, uma película, uma membrana ou uma segunda teia têxtil sobre o tecido. Para este fim, a calandra é equipada adicionalmente com um secador elétrico infravermelho de ondas curtas. RT

Para processos simples de aquecimento, foi desenvolvido um rolo especial que pode ser inserido na unidade de revestimento ao invés da tela, que atua como o rolo superior de alimentação. Mesmo as malhas muito sensíveis à tensão podem ser rodadas com um excesso de alimentação de até 60% antes da regulagem térmica. Esta nova linha multifuncional pode, portanto, ser utilizada para processos de secagem e revestimento por calor. Ela pode ser usada para fabricar produtos comparáveis aos anteriormente produzidos com revestimento indireto - mas sem ter que depender de insumos que agregam custo. Na Tintex, a produção nesta linha já está em andamento há algum tempo e a pesquisa de tipos de têxteis completamente novos continua. A Brücknertem muito orgulho de ter clientes como a Tintex, que se antecipem às tendência e adotam uma perspectiva de longo prazo para atingir seus objetivos. Revista Têxtil #771 I 27


INTERNACIONAL DILO E SICAM, JUNTAS PARA OFERECER AINDA MAIS INOVAÇÃO EM NÃOTECIDOS

O Grupo Dilo é especializado na produção de maquinário para nãotecidos. Até recentemente, a empresa não fornecia linhas completas, incluindo unidades de jato de água, fornos e equipamentos de fim de linha para o importante segmento do mercado de hidroentrelaçamento. Mas, isso mudou. A Dilo tem o prazer de confirmar nossa parceria com a italiana Sicam. Com a parceria, a Dilo passa a ser capaz de fornecer linhas completas para seus clientes, incluindo incluindo equipamento para corte, bobinamento e embalagem. A união entre as duas empresas vem a calhar dado o momento global, que tem aumentado a demanda por produtos obtidos pelo processo de hidroen-

trelaçamento, como nãotecidos médicos e de higiene pessoal. Nesse novo momento, o Grupo Dilo muda o escopo das soluções que fornecia anteriormente. Até então, a empresa costumava fornecer máquinas de cardar com largura de trabalho acima de 3,5 m até 5,1 m como sistemas completos de cardagem de alta velocidade, compreendendo dois ou mais sistemas de até três cartões em uma linha para alimentar diretamente as unidades de hidroentrelaçamento de vários fornecedores. Segundo a Dilo, els já registraram uma venda bem-sucedida de uma linha completa de hidroentrelaçamento para um cliente em Portugal. RT

O novo tecido de malha 4D da Karl Mayer

CONHEÇA OS NOVOS TECIDOS DE MALHA 4D DA KARL MAYER

A nova geração de tecidos de malha urdida 4D-KNIT da KARL MAYER abre possibilidades até então desconhecidas no design e desenvolvimento de produtos. As características marcantes dos tecidos são desenhos de superfície em relevo distintos; a máquina se baseia na utilização da técnica de raschel de

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barra dupla. Um RDPJ 6/2 EL com uma disposição inteligente da barra guia e configuração técnica é usado para produzir estas peças. A máquina de raschel de dupla barra de agulha não produz um tecido clássico com monofilamentos para espaçamento, mas o espaço entre as superfícies da tampa é preenchido com um fio


INTERNACIONAL

Arranjos geométricos rigorosos com efeitos de profundidade são possíveis na malha da Karl Mayer

volumoso. Além disso, os fios de encolhimento diferente são processados em combinações inteligentes e são utilizadas técnicas diferentes de polimento. O processo de acabamento leva a efeitos com marcações diferenciadas. São criados tecidos volumosos com relevos pequenos e planos ou formas profundas e volumosas com vários padrões. Arranjos geométricos rigorosos com efeitos de profundidade são possíveis, da mesma forma que arranjos plásticos expansivos ondulados, aparência de frutas cintilantes ou desenhos imaginativos complexos com diferentes alturas. Mesmo os padrões de furos podem ser incorporados aos tecidos sem problemas e livremente colocados. Roupas e calçados funcionais, em particular, proporcionam respirabilidade e um visual elegante com as peças de malha. Efeitos adicionais de cor e forma podem ser obtidos ao usar fios adequados. Com as novas possibilidades, designers de vestuário podem entrar em um território completamente novo graças a estes artigos com seu aspecto futurista e estrutura

A jaqueta de atletismo é uma das possibilidades da malha 4D

volumosa. A jaqueta de atletismo (figura 1) mostra uma dessas possibilidades. O traje elegante combina diferentes peças de modelos em uma única peça na parte traseira, é confortável de usar e mantém você aconchegante à medida que as estações mudam. O excelente efeito isolante é obtido enchendo a estrutura plástica com ar e material de fio. Os fios de filamentos são fechados pelo tecido denso nas superfícies, o que resulta em poucas micro-partículas sendo liberadas durante a lavagem. Atualmente as novas mahas 4D estão sendo submetidas a testes comparativos com não-tecidos na FH Niederrhein, na Alemanha e eles já produziram resultados promissores. Outras análises estão tendo como alvo as lavagens em máquina para mensurar possíveis perdas de propriedade do material. RT Revista Têxtil #771 I 29


INTERNACIONAL MONFORTS RECUPERA MÁQUINA HISTÓRICA APÓS MAIS DE UM SÉCULO

A Monforts divulgou um comunicado sobre uma de suas máquinas mais importantes já criadas. Não se trata de nenhum lançamento, mas de uma raridade: uma máquina elevadora de 36 rolos fabricada no ano de 1918, que foi recentemente entregue à empresa para seu repouso final como peça histórica no Monforts Advanced Technology Centre (ATC) em Mönchengladbach, Alemanha. O modelo da Monforts, que permaneceu em operação em uma fábrica na Polônia até o início de 2000, foi devolvido em condições plenas de funcionamento para seu fabricante. Walter Dresen e Fred Vohdahl – dois antigos funcionários da empresa por mais de 50 anos e agora aposentados – garantiram que a máquina fosse descarregada suavemente do caminhão o pouso suave da máquina quando ela foi descarregada de seu caminhão de entrega. A máquina elevadora foi introduzida pela Monforts no final do século XIX e representava e, segundo a empresa, revolucionou os processos naquela época, devido ao uso de rolamentos de esferas de baixo atrito para seus rolos elevadores. Isto reduziu muito o desgaste e a manutenção dos rolos e foi uma novidade para o mercado.

Inovação desde sempre “Estamos orgulhosos de ter uma máquina tão importante agora em exposição em nosso ATC”, diz a gerente de marketing da Monforts, Nicole Croonenbroek. “Ela demonstra o espírito de inovação que tem sido parte da Monforts desde que a empresa foi fundada, em 1884, e segue em nosso DNA”. “Nossos dois ex-colegas, Walter Dresen, nosso Chefe de Serviço por muitos anos, e Fred Vohsdahl, que foi o Gerente do ATC até sua recente aposentadoria, assumiram o encargo dos trabalhos de reconstrução e restauração. Eles foram capazes de encontrar e substituir as correias de transmissão de couro, que eram o elemento de acionamento crucial entre

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Fred Vohsdahl (esquerda) e Walter Dresen (direita) com a máquina Monforts de 103 anos.

o que teria sido originalmente um motor a vapor e a máquina elevadora na fábrica têxtil”, continuou Croonenbroek. Apesar das restrições de viagem atuais, o Centro de Tecnologia Avançada Monforts (ATC) está totalmente operacional para testes em escala industrial, que vão além de testes em laboratórios ou em planta piloto, e são executados por um pessoal altamente experiente em nome dos clientes. Desde sua abertura em 2013, o ATC recebeu mais de 3 milhões de euros investidos em equipamentos. Em uma área de 1.200 metros quadrados, o Centro abriga duas linhas completas de acabamento, projetadas para acomodar uma gama extremamente diversificada de processos baseados no stenter Montex, além de uma linha Thermex para tingimento contínuo de tecidos e o recém-desenvolvido processo CYD para tingimento de fios. RT


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Ilustração da máquina elevadora dos anos 1920.

OERLIKON TRABALHA PARA SER NEUTRA EM EMISSÕES ATÉ 2030

A suíça Oerlikon divulgou recentemente seu primeiro relatório de sustentabilidade, que pode ser visto aqui: www.sustainabilityreport.oerlikon.com. “A sustentabilidade tem sido parte integrante de nossa estratégia que impulsiona nossas inovações e operações para atender às necessidades de nossos clientes por muitos anos”, awfirma Dr. Roland Fischer, CEO do Grupo Oerlikon. “Com o relatório, assumimos agora um compromisso público e nos juntamos às fileiras de pessoas que se envolvem proativamente com a sustentabilidade e inspiram outros a fazer o mesmo”, continuou. Segundo a empresa, ajudar clientes em indústrias-chave a alcançar mais com menos é parte in-

tegrante da sua proposta de valor, e objetivo com o qual suas tecnologias são desenvolvidas. Com base em análises internas, a Oerlikon selecionou 8 dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (SDGs) das Nações Unidas, onde a empresa pode fazer a maior diferença. Dentro desse objetivos, estão, por exemplo, utilizar apenas energia de fontes renováveis e aumentando o número de mulheres em funções de liderança. O estabelecimento de metas ambiciosas, tais como atingir a neutralidade de emissões climática em nossas operações até 2030, enfatiza claramente nosso compromisso”, acrescentou o Dr. Fischer. “Também pretendemos ter 100% de nosso investi-

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INTERNACIONAL A Oerlikon está trabalhando para seguir os objetivos de desenvolvimento sustentáveis da ONU.

mento em P&D em novos produtos para cobrir demais critérios de desenvolvimento”. Sempre vimos a inovação e a sustentabilidade como interdependentes - por exemplo, em 2019, nossas soluções tecnológicas inovadoras para motores a jato ajudaram nossos clientes da indústria aeroespacial a economizar 25 milhões de toneladas de CO2. Ao mesmo tempo, o impacto de CO2 de nossas próprias operações globais foi de apenas 157 mil toneladas. A Oerlikon ainda enfatiza que suas inovações em engengenharia e processamento de materiais e superfícies contribuem para a sustentabilidade em colaboração com seus clientes, uma vez que suas tecnologias prolongam a vida útil das máquinas e ferramentas, melhoram a eficiência do combustível automotivo e aeroespacial e avanços pioneiros na fabricação têxtil e o futuro da mobilidade. RT

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INTERNACIONAL GRUPO STÄUBLI APRESENTA NOVO CEO

O Grupo Stäubli, conhecido por suas soluções industriais e mecatrônicas, começou o novo no com um novo CEO: Gerald Vogt. Anteriormente, o executivo era responsável pelos negócios globais da Divisão de Robótica e assumiu o cargo sucedendo Rolf Strebel. Segundo a empresa, Gerald Vogt vem construindo carreira dentro da Stäubli em seus mais de 20 anos de casa. O engenheiro e economista franco-alemão de 50 anos é responsável pelo negócio global de robótica, como Gerente de Divisão do Grupo, desde meados de 2016 e já é membro do corpo de gestores. Como Gerente de Divisão, ele expandiu significativamente os negócios para a Stäubli Robotics North America. Posteriormente, ele retornou para Faverges, na França, onde começou, como Chefe de Desenvolvimento, antes de assumir a responsabilidade pelos negócios alemães como Chefe da Stäubli Robotics em Bayreuth. Para assegurar uma transição suave e se preparar para suas futuras tarefas como CEO, o Conselho de Administração Stäubli nomeou Gerald Vogt como o sucessor designado de Rolf Strebel no início de 2020. Desde então, Gerald Vogt tem acompanhado o atual CEO e é responsável pela introdução e implementação da nova estratégia de negócios da Stäubli até 2030. “Estamos muito felizes por termos encontrado em Gerald Vogt um gestor voltado para o futuro, com uma vasta experiência internacional e um claro espírito empreendedor, que já está muito bem conectado dentro do Grupo. Ele tem toda nossa confiança para fazer avançar ainda mais os negócios de todo o Grupo Stäubli no mundo inteiro”, disse Yves Serra, Presidente do Conselho de Administração. Serra ainda aproveitou o anúncio de nomeação para agradecer ao antigo CEO. “Em nome de todo o Conselho de Administração e da família Stäubli, gostaria de aproveitar esta oportunidade para agradecer a Rolf Strebel por mais de 40 anos de dedicação à Stäubli e seu excelente trabalho como CEO do Grupo Stäubli durante os últimos 14 anos. Desejamos a ele tudo de bom para o futuro”, acrescentou.

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O novo CEO do Grupo Stäubli, Gerald Vogt

Com a saída de Vogt do antigo cargo, Christophe Coulongeat assumiu a responsabilidade global da Divisão de Robótica. O francês é gerente adjunto da divisão desde 2018 e acumulou uma vasta experiência na indústria de embalagem e automação na França, Áustria, Emirados Árabes Unidos e Suíça. De acordo com a Stäubli, a mudança nos altos cargos executivos é importante para que a empresa consolide seu crescimento, expandindo ainda mais sua posição no mercado mundial, especialmente na América do Norte e na Ásia. RT


INTERNACIONAL TECNOLOGIA TRUETZSCHLER ENTREGA LENÇOS UMIDECIDOS SUSTENTÁVEIS NA ESPANHA

Em dezembro passado, a Voight, empresa especialista em papéis, se uniu à Truetzschler, que é autoridade em nãotecidos para desenvolver uma linha de produção para a espanhola Papel Aralar. O objetivo? Tornar a fabricante espanhola capaz de produzir lenços umidecidos inovadores para serem usados por crianças e adultos. O resultado foi a PM5, que já está em pleno funcionamento. A Aralar agora entrega lenços biodegradáveis, que ao contrário dos outros são livres de componentes plásticos e podem ser descartáveis no toalete. AVoith forneceu a solução BlueLine, os principais componentes da máquina de papel XcelLine e um pacote completo de automação e controle. O HydroFormer, que é um dos principais componentes do novo sistema, baseia-se na extensa experiência da Voith nas indústrias de papel e celulose. Com esta tecnologia, é possível produzir materiais nãotecidos feitos completamente de celulose, um recurso renovável. Além do HydroFormer, a Voith forneceu a preparação do estoque BlueLine, uma bobina mestre e o processo úmido para o novo sistema. A Truetzschler Nonwovens completa a linha de produção com o AquaJet em uma configuração inovadora para hidroentrelaçamento (spunlacing) e um secador eficiente em termos de energia. Os muitos anos de especialização e experiência da empresa formam a base dos componentes de colagem e secagem da teia que foram adaptados às necessidades do processo de wet-laid.

“Estamos felizes e orgulhosos de fazer uma parceria com a Papel Aralar e de fornecê-los, juntamente com a Truetzschler, com nossas tecnologias eficientes e sustentáveis de fabricação de papel”, diz Marcos Garcia de la Torre, Diretor Gerente da Voith Paper Espanha. “Graças à equipe da Aralar-Truetzschler-Voith e à estreita colaboração entre os times, pudemos iníciar a operação de forma tranquila”, finalizou. A Truetzschler Nonwovens é uma divisão do Grupo Truetzschler com foco em linhas de produção completas e maquinário para não-tecidos hidroentrelaçados (spunlaced), ligados por via aérea e química. Sua gama de produtos inclui soluções que abrangem toda a cadeia do processo de não-tecidos, desde a preparação da fibra, formação da banda, colagem da banda e acaRT bamento até a secagem e bobinamento.

Linha de produção da Papel Aralar é capaz de fabricar materiais livres de plástico, biodegradáveis e de fácil descarte.

Estreia bem-sucedida “O início bem sucedido da linha de produção PM 5 é um passo importante na estratégia de sustentabilidade de nossa empresa”, diz Senén Amunarriz, CEO da Papel Aralar. “E são as soluções inovadoras de fabricação de papel e o know-how da Voith que estão contribuindo para este sucesso”. Nossa decisão de investir nesta nova linha de produção de última geração foi impulsionada pelo crescimento previsto da demanda por substratos biodegradáveis para a produção de lenços umidecidos”, complementa.

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INTERNACIONAL SOLUÇÃO USTER REPORTA PROBLEMAS EM TEMPO REAL

Uma notificação aparece na tela do celular de Muhammad Ashraf, gerente geral da Sangzor, no Uzbequistão. Ele relata uma variação nos parâmetros de produção. Ashraf liga para um dos funcionários para que ele possa tomar medidas imediatas. O problema é rápidamente identificado e resolvido. A Sangzor exporta fios para o Paquistão, Turquia, Rússia e China, e todos os seus clientes esperam naturalmente receber exatamente a qualidade a qual estão acostumados em cada pedido. Para Ashraf, manter os clientes satisfeitos é a prioridade máxima, por isso ele gosta de ser informado de qualquer desvio - seja em seu computador, no trabalho ou em seu telefone celular, quando ele está fora. Por isso, ele utiliza a Central de Alarmes, uma das funcionalidades do sistema Quality Expert da Uster, que monitora a linha de produção em tempo real e o mantém constantemente informado em qualquer eventualidade. Linhas de fiação ao redor do mundo compartilham uma combinação de exigências: controlar a qualidade através de ações imediatas, enquanto melhoram a produtividade e minimizam o desperdício. Pensando nisso, a Uster desenvolveu Central de Alarmes para sua solução Quality Expert. Com ela, os processos-chave são monitorados e o desempenho é exibido em um painel de controle. Ela permite que as máquinas reconheçam os problemas num relance, permitindo reações imediatas.

Sempre conectado Algoritmos inteligentes e inteligência de aplicação Uster embutida garantem um alerta confiável, que pode reconhecer imediatamente os problemas. Os usuários recebem sugestões de solução de problemas e podem expandir a base de conhecimento do programam, inserido ações. O sistema de aprendizado cresce de acordo com as necessidades do cliente e garante que o know-how relevante seja retido nas fábricas. A Central de Alarme também está disponível em um aplicativo móvel, para um gerenciamento de qua-

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A linha de produção da Sangzor.

lidade independente do tempo e da localização. Não há limite para o número de usuários de aplicativos com um sistema Quality Expert. Os Alertas móveis podem ser usados por quantos funcionários forem necessários, para adequar-se à organização dos processos e responsabilidades da fábrica. Desde o lançamento da versão autônoma do Uster Quality Expert, a comunidade de usuários do aplicativo Uster Mobile Alerts tem crescido mais rapidamente. O Uster Quality Expert Standalone conecta os instrumentos de teste e monitoramento de qualidade Uster e alavanca seu valor em direção a ganhos significativos de rentabilidade. Com a nova versão autônoma, um investimento relativamente pequeno significa que os fiadores de algodão podem otimizar rapidamente a qualidade e a lucratividade ao mesmo tempo. A Central de Alarmes fornece tanto alarmes negativos como positivos. Isso significa que aponta problemas de qualidade, mas também sugere possíveis melhorias. Ashraf diz: “Eu aprecio muito as informações positivas, pois a melhoria é parte do jogo. Se você não melhorar, vai ficar para trás”. Com o último lançamento do Uster Quality Expert, os alarmes e melhorias são listados


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separadamente para focar rapidamente em questões sérias - e para tornar os gerentes de qualidade mais conscientes das possibilidades de melhorias até agora despercebidas.

Fazendo a diferença A fábrica pela qual Ashraf é responsável começou a operar há 14 meses com quase todas as máquinas novas. Ele tem certeza de que o aplicativo Mobile Alerts se tornará ainda mais importante para ele com o tempo, à medida que as peças começarem a mostrar os primeiros sinais de desgaste. Mas ele já está sentindo o benefício do aplicativo, especialmente por seu desempenho, design e facilidade de uso. “Graças aos sistemas de controle de qualidade Uster, a fiação têxtil torna-se gradualmente mais fácil”, diz Ashraf. “O Quality Expert reúne e analisa nossos resultados on-line e off-line e continua enviando alertas de qualidade e exceções com possíveis causasde problemas, mostradas graficamente em meu celular 24 horas por dia, 7 dias por semana - e é uma boa notícia que a Uster Quality Expert expande sua análise perspicaz com inteligência valiosa à medida que cada instrumento adicional é conectado”, finaliza. RT

O gerente geral da Sangzor, Muhammad Ashraf.

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INTERNACIONAL ANDRITZ ADQUIRE A LM INDUSTRIES

A austríaca Andritz informou em comunicado que assinou com a Laroche um acordo de compra que compeende as empresas Laroche SA e Miltec SA, ambas francesas, e tudo que compreende seus negócios ao redor do mundo neste início de 2021. A Laroche é fornecedora de tecnologias de processamento de fibras, tais como abertura, mistura e dosagem, formação de redes de ar, reciclagem de resíduos têxteis, dentre outras atividades,que irão complementar o portfólio de produtos e soluções da Andritz. Com isso, a empresa austríaca agora é capaz de oferecer a linha completa para a cadeia de fornecimento. Além disso, ambas as empresas concordaram em fortalecer ainda mais o desenvolvimento de suas tecnologias já existentes, bem como continuar o desenvolvimento de processos de reciclagem têxtil. A Laroche SA desenvolve tecnologias de processamento de fibras há mais de 100 anos. Com fabricação integrada, a empre-

Com a compra das duas empresas, a Andritz expandirá seu portifólio em nãotecidos.

sa fornece linhas para uma ampla gama de indústrias/ produtos: fiação, colchões e móveis, automotivo, isolamento acústico e térmico, geotêxteis, filtração, lenço, e muito mais. RT

INDÚSTRIA AUTOMOTIVA E CONSTRUÇÃO SÃO FUTURO DO TÊXTIL PARA CREALET

Segundo a Crealet, os compósitos tridimensionais reforçados com fibras têm grande potencial para melhorar o desempenho das estruturas e este tipo de produto inovador tem tudo para agitar a economia no futuro. A empresa ainda afirma que as indústrias automotiva e de construção se tornarão novos mercados para a indústria têxtil, devido especificamente a esse tipo de matéria-prima. Estes tecidos consistem em fibras de alto desempenho como carbono, vidro e aramida, que são unidas em uma matriz de material polimérico, como epóxi, poliéster etc. Eles trazem consigo características como estabilidade e leveza, que prometem a estes tecidos um futuro de forte demanda.

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A Crealet ainda afirma que os compósitos tridimensionais reforçados com fibras também têm o potencial de reduzir os custos do projeto. Mas, para produzir estes tecidos com a qualidade exigida pela indústria, é necessário soluções individuais adaptadas às exigências técnicas têxteis, como a tensão correta dos fios nas máquinas de tecelagem, algo que requer a expertise de especialistas. De olho nesse potencial mercado para o futuro, a crealet de coloca à disposição de seus clientes para desenhar ao lado deles soluções customizadas, que possam ajudá-los a estar na vanguarda dos compósitos tridimensionais reforçados com fibras.


ABTT

PROFISSIONAL CAPACITADO É PROFISSIONAL BEM INFORMADO

NELSON PEREIRA JUNIOR Presidente da ABTT

N

itidamente vemos diversos tipos de profissionais no mercado de trabalho: aqueles que se destacam e aqueles que ainda não se destacam. E perguntamos o porquê disso. Temos várias respostas. Oportunidade, comprometimento, postura e falta de visão são algumas. Mas, eu destaco a questão da capacitação profissional. Para a nossa capacitação e enobrecimento de conteúdo profissional temos que estar sempre atentos às novidades e atualizados com o que há de mais novo, porque, na realidade, é deste tipo de profissional que as empresas precisam. As empresas estão em busca de pessoas capacitadas a exercer uma determinada atividade, mas não é apenas isso. É preciso ter conhecimento atualizado de todos os processos e agregar as tarefas de modo a ser o mais assertivo possível em suas funções. É preciso ter a visão do macro. E como nós, profissionais têxteis, podemos nos atualizar e, por consequência estarmos mais capacitados para o mercado? Hoje, temos à nossa disposição grandes escolas têxteis, que nos preenchem de conhecimentos técnicos, possibilitando que nos tornemos especialistas em áreas específicas. Mas, sem termos que frequentar algum curso específico, como conseguimos a informação para ampliar nossos conhecimentos? Hoje, ela está a um clique de você. Mas, nem sempre foi fácil assim. A Revista Textil sempre contribuiu para este conhecimento. E, nestes 90 anos da revista, consigo me lembrar de inúmeras situações nas quais ela trouxe informações primordiais para nosso setor. Afinal, como poderíamos

saber com detalhes das inovações em inserção de trama desde a de lançadeira até as atuais? Ou do surgimento da fiação open end, fiação a ar ou outros tipos? Sem um canal de informação específico, como conheceríamos detalhes da evolução dos tecidos, que passaram da tela de algodão para matrizes compostas e sintéticos? Em ainda, de qual forma conheceríamos acabamentos diferenciados, métodos de estamparias e as diferentes possibilidades de costura, dentre outras informações? Muitas tomadas de decisão tanto em investimentos em máquinas e equipamentos, como em produtos para a produção, passando até por produtos químicos para o segmento têxtil, foram auxiliadas pelas informações que estavam a cada edição da revista, que sempre agiu como vitrine para estas empresa fornecedoras. Se montamos uma linha do tempo, destes 90 anos da Revista Textil, poderemos visualizar diversos acontecimentos do mercado têxtil, nos quais ela era nossa principal fonte de informação, senão a única. Ficamos sabendo o que aconteceu em diversos eventos e feiras têxteis pelo mundo por meio de seus artigos detalhados. Aliás, quem não se lembra do estande da Revista Textil na FENIT, sendo o ponto de encontro dos profissionais têxteis? A Revista Textil, órgão oficial de imprensa da ABTT, sempre está trazendo as informações necessárias para o desenvolvimento profissional, cabendo a cada um absorver estes conteúdos, agregando conteúdo qualificado para sua capacitação e sua carreira. Desta forma, a ABTT parabeniza a Revista Textil pelos seus primeiros 90 anos e agradece a contribuição de sempre a todos nos profissionais têxteis. RT Revista Têxtil #771 I 39


DENIM

ANISH INDIA EXPORTS E JEANOLOGIA

E A PRIMEIRA FÁBRICA DE VESTUÁRIO DO MUNDO LIDERADA POR MULHERES Centro operacional indiano ainda foca na sustentabilidade, reaproveitando 100% dos resíduos.

A

Jeanologia, conhecida por suas soluções sustentáveis e a fabricante de peças de vestuário Anish India Exports (AIE) vêm trabalhando juntas há 21 anos para transformar a indústria têxtil indiana em uma das mais avançadas e ecológicas do planeta. Já a AIE vem trabalhando para capacitar as mulheres em toda a empresa. Como resultado, o primeiro passo para esse objetivo foi fazer da lavanderia industrial 5.Zero da AIE. Este projeto inovador é a vitória em um duplo desafio, transformando a indústria de vestuário do país e proporcionando igualdade de oportunidades de trabalho para as mulheres. A AIE 5.Zero é a primeira lavanderia industrial que combina a tecnologia da Jeanologia garantindo zero descarte e obtendo 85% de economia em água. Este centro operacional produz de forma sustentável e em escala industrial, combinando eficientemente as tecnologias Laser, ozônio G2, e-Flow, Colorbox e o sistema de reciclagem de água H2Zero; eliminando todos

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os processos que são prejudiciais para os trabalhadores e o meio ambiente. Com a Lavanderia 5.Zero AIE contribui para impulsionar e liderar a mudança na Índia, capacitando as mulheres e estabelecendo um novo modelo operacional que traz a indústria para a era digital, alcançando desenvolvimentos de baixo impacto, 98% de água reciclada e produção zero de resíduos, contribuindo para alcançar a meta da Missão Zero: mitigar o desperdício de água e desintoxicar a indústria de denim até 2025.

ASCENSÃO FEMININA Ishita Tandon, a chefe da lavanderia da AIE, é conhecida por ser uma líder com alma apaixonada por práticas de sustentabilidade e está trabalhando incansavelmente em prol do desenvolvimento inclusivo da AIE. O fervor de Ishita por seu trabalho fez dela a embaixadora da marca para a liderança feminina na Índia

Fotos: Divulgação


DENIM

A 5.Zero AIE é uma lavanderia industrial comandada por mulheres.

e seu objetivo de (EIM - Environment impact measurement) é permanecer sempre na zona de baixo impacto de 0-33. “Em nossas fábricas inteligentes, nosso objetivo é fabricar e fornecer de forma consistente e dentro do prazo vestuário que atenda às exigências contratuais de qualidade e segurança. Toda a fabricação é interna e segue rigorosos controles de qualidade em todas as etapas”, diz Tandon. Para Carmen Silla, diretora de marketing da Jeanologia, apoiar a AIE vai de encontro com os preceitos da empresa de se importar com o planeta e com as pessoas em primeiro lugar. “Nós acreditamos que nossos negócios podem ser uma força do bem. Nossas tecnologias ajudam a criar uma indústria de jeans azul ética, sustentável e eco-eficiente e encontramos na AIE a combinação perfeita nesta jornada de transformação”, reforça. A diretora ainda comenta sobre a movimentação das mulhers na Índia, país conhecido por sua cultura

patriarcal. “As mulheres estão em ascensão na Índia e este tipo de projeto contribui para superar estes desafios. Estamos convencidos de que pequenas ações podem fazer grandes mudanças e uma fábrica de vestuário sustentável liderada por mulheres na Índia é a melhor maneira de começar isso”, finaliza Silla. RT Revista Têxtil #771 I 41


DENIM

CANATIBA ESTREIA

IMPRESSÃO DIGITAL EM DENIM Segundo a empresa, recurso abre uma nova fronteira para o denim como protagonista da indústria da moda.

A

tecelagem Canatiba anunciou uma novidade para seus processos produtivos: o uso da impressão digital em denim. Utilizado até então em outros segmentos têxteis, o recurso abre uma nova fronteira para o denim como protagonista da indústria da moda. De acordo com a empresa, foram meses de estudo e pesquisa para a utilização da primeira impressora digital no mercado Denim. O resultado é um infinito limite de cores, formas e desenhos para esse tecido, desde imagens fotográficas digitais, passando por grafismos, até os chamados microdesenhos utilizados para gravataria. A Canatiba selecionou uma série de bases denim e sarjas PT, todas com mais de 97% de algodão, nas quais a utilização da impressão digital alcançou resultados inusitados, possibilitando algo até então impossível para esse recurso de estamparia: a variação visual das lavagens, fazendo que cada estampa multiplique seus efeitos. Com essa tecnologia será possível para confecções e marcas desenvolverem estampas exclusivas para suas coleções, a partir de 100 metros de denim. Nesse caso, o desenvolvimento passará por testes de qualidade e adequação da arte às bases escolhidas. O novo processo de impressão digital em denim ainda proporcionou à Canatiba criar suas próprias es-

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tampas. São padrões camuflados, xadrez, dobby (pontilhados de gravataria), animal printing, florais e desenhos de céu que saltam aos olhos pela resolução que alcançam no tecido.

OUTRAS NOVIDADES Além de inovar com a impressão digital em denim, a Canatiba apresentou ainda novidades para as linhas Elastopol, Megaflex e Premium Denim. Para a primeira, que utiliza fios de poliéster 100% produzidos in house, são três novas bases: Destaque para o Marrakéxe Elastopol (9,0 Onças, 65% algodão, 33% poliéster, 2% de elastano, tingimento ecológico e 50% de Stretch). Para a Megaflex, o que há de novo são as bases Thermofix New Collor (8,0 Onças, 98% algodão, 2% elastano, largura de 1.59 m e 35% de Stretch) e o Marrakéxe Stretch Denim (8,5 Onças, 76% algodão, 22% poliéster; 2% elastano, largura de 1.50 m, tingimento ecológico e 45% de Stretch), sendo este último o novo produto de melhor custo/benefício da Canatiba. Já no grupo do Premium Denim, com foco em tecidos 100% algodão, as novas bases são o Mascate + LARGO (10 Onças, tingimento ecológico com 15% de Algodão Reciclado) com o diferencial de largura de 1,80 m e o Phelps Blue Denim (6,0 onças com 1.70 m de largura), muito usado para camisaria, que ganha agora

Fotos: Divulgação


DENIM

A Canatiba inova ao adotar a impressão digital no denim

lavagem ecológica, cujo processo economiza de 80% de água.

INICIATIVAS SUSTENTÁVEIS Pensando na sustentabilidade a Canatiba ainda ressaltou que todos os lançamentos terão como novidade o acabamento Rice Éko, que traz o conceito de economia circular. Trata-se de um óleo extraído da casca do arroz, tradicionalmente usado no mercado cosmético, que adiciona vivacidade às cores, toque natural às bases, maciez e boa costurabilidade. O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de arroz, com cerca de 11 milhões de toneladas colhidas por ano, o que gera aproximadamente 20% desse volume em resíduos. A casca de arroz leva mais de cinco anos para se decompor. Mesmo quando descartada em aterros, sua decomposição resulta na produção de gases poluentes, como o metano. Outra iniciativa importante foi a adoção do sorgo na engomagem de todos os tecidos da sua linha. Esse cereal substitui outras fontes de amido, como a batata, a mandioca e o milho. O sorgo é o quarto cereal mais produzido no planeta e cresce com baixa utilização de água, menor área de cultivo - inclusive em áreas de solos mais secos e pobres - com colheita mecanizada e boa tolerância a pragas, o que diminui o uso de agrotóxicos. RT

O animal printing chega ao requinte dos efeitos de pelagem e tons das nuvens

O padrão camuflado é outra novidade obtida pela impressão digital em denim

O novo processo produtivo adotado pela Canatiba ainda permite estampas requintadas como o dobby.

A impressão digital em denim abre um novo mundo de possibilidades para a confecção de peças.

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DENIM

ARCHROMA E CLEANKORE

SE UNEM EM PROL DA SUSTENTABILIDADE União das empresas promete soluções ecológicas e de custos reduzidos para tingimento de denim

A

Archroma, especialista em químicos têxteis e a CleanKore anunciaram uma parceria estratégica para desenvolver processos sustentáveis de tingimento para toda a cadeia do denim. O acordo permitirá que Archroma e CleanKore promovam os benefícios das tecnologias uma da outra. Isto inclui o robusto catálogo de corantes e produtos químicos especializados da Archroma, juntamente com o processo patenteado da CleanKore de tingimento de fios, que elimina completamente a necessidade de spray de permanganato de potássio (PP) e tratamento a laser para alcançar o efeito de abrasão branca brilhante no processo de acabamento do vestuário. O resultado é um grande e circular núcleo branco brilhante com um pequeno anel de corante de índigo. A tecnologia não elimina apenas os produtos químicos associados ao processo de spray PP e laser, que é muito mais seguro para os trabalhadores das linhas de denim, ela também permite economizar quantidades

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significativas de água e energia durante todo o processo de fabricação do tecido até a confecção. A CleanKore procurou inicialmente eliminar o permanganato de potássio devido a ser classificado como perigoso se inalado ou ingerido, ou em caso de contato com a pele ou com os olhos. Também é considerado muito tóxico para a vida aquática. Não são necessários novos equipamentos ou despesas de capital para implementar a tecnologia CleanKore, que funciona em todos os tecidos de denim, incluindo o anil escuro, a parte superior/ inferior de enxofre e o preto de enxofre.

MAIS ECONOMIA PARA OS PROCESSOS É aqui que o Archroma entra em cena. Sua equipe técnica global de especialistas em coloração de denim dará suporte às fábricas de denim que procuram implementar a tecnologia CleanKore e desenvolver a aparência e os efeitos desejados - com as cores e sistemas químicos corretos para sua instalação de produção.

Fotos: Divulgação


DENIM

O o processo da CleanKore elimina a necessidade de spray de permanganato de potássio (PP)

A CleanKore estima que a tecnologia permite economizar até 15 litros de água por peça de roupa, ou o equivalente ao que 5 pessoas precisam beber por dia. Já em energia, a economia é de até 0,51 kWh de energia por peça de roupa, ou o equivalente a cinco lâmpadas de 100 watts ligadas por 1 hora. A tecnologia CleanKore também leva a um aumento de 10% a 20% no rendimento da produção, como resultado de uma lavagem mais rápida da peça de roupa e da eliminação do spray de PP. Para o CEO da CleanKore Darryl Costin Jr., o anúncio chega em um momento ideal para a empresa: “Provamos com sucesso a tecnologia com parceiros,e outras tecelagens de denim no Paquistão, Bangladesh, China, Vietnã, Tailândia e Estados Unidos. A resposta da indústria tem sido extraordinariamente positiva. Ter um parceiro na Archroma, altamente respeitado por sua inovação e ênfase na sustentabilidade em toda a indústria, nos permitirá levar a CleanKore para o próximo nível”, disse.

Já Umberto Devita, Gerente Global Indigo no Archroma Global Competence Center for Denim & Casualwear, acrescenta: “A CleanKore está perfeitamente alinhada com os 3 pilares do ‘Caminho Archroma para um Planeta Sustentável’: Seguro, eficiente, aprimorado” complementa. O executivo ainda explica os pilares. “Seguro’, por meio da eliminação de uma substância potencialmente prejudicial e da proteção dos trabalhadores do denim; ‘Eficiente’ por meio da redução do consumo de recursos, aumento da produtividade e perfil econômico, e ‘Melhorado’, por meio das lindas cores e efeitos permitidos com as inovações e sistemas Archroma, em particular nossos corantes Denisol Puro Indigo e Diresul sem anilina e corantes de enxofre. Estamos ansiosos para ajudar a promover uma inovação que ajudará com muitos dos desafios enfrentados por nossos clientes de denim em todo o mundo. Porque é a nossa natureza”, conclui o Devita. RT Revista Têxtil #771 I 45


DENIM

BMSVISION MES

É PASSO ADIANTE PARA INDÚSTRIA 4.0 Solução instalada na Diamond fabrics, especialista em denim do Paquistão, vai além do monitoramento de máquinas

“E

stávamos procurando uma solução que vai muito além da produção tradicional e do monitoramento de máquinas”. A afirmação de Tayyab Abdullah, da Diamond Fabrics, no paquistão, mostra o quanto a empresa está adiantada em seus planos de abraçar completamente a Indústria 4.0. “Nossa necessidade era de um Manufacturing Execution System (MES) que pudesse gerenciar e rastrear todo o fluxo de produção, do fio ao tecido acabado. Além disso, o sistema precisava se integrar perfeitamente com o ERP SAP em vigor”, explica. Para cumprir esse objetivo, a empresa confiou na solução belga BMSvision. Em uma primeira fase do projeto, o departamento de preparação de urdidura, incluindo o empenamento de bolas, o dimensionamento e bem como o departamento completo de acabamento de denim estão cobertos. Estas são as operações mais desafiadoras dentro do processo. Em uma segunda fase, todos os teares serão conectados. Cada máquina no departamento de preparação e acabamento está equipada com uma tela de toque de última geração DU11 terminal de coleta de dados com leitor de código de barras sem fio. Assim que os pedidos para produção são liberados pelo sistema SAP, o departamento de planejamento utiliza o software de programação BMSvision (PlanBoard) para atribuir os pedidos para as máquinas individuais.Após

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cada etapa de produção, os sistemas MES imprime um bilhete com código de barras e todos os dados de produção relevantes são transferidos para o sistema SAP. Os pedidos são iniciados na máquina através da leitura do código de barras do cartão do lote. A aplicação PlantView visualiza o processo de produção completo em tempo real e destaca qualquer possível desvio do padrão. O pedido da Diamond foi que todo o fluxo de mercadorias ao longo da cadeia de produção fosse monitorado, para poder rastrear todos materiais utilizados e para conhecer o status atual do processo. A ferramenta ainda traz relatórios e gráficos interativos, que permite aos usuários criar seus próprios cálculos e reports.

SUSTENTABILIDADE NO PROCESSO Além de monitorar o fluxo da produção, o BMSvision também está atento para a energia gasta no processo. “O consumo de energia está se tornando um fator muito importante no conjunto do custo operacional de nossa fábrica. Com o aumento constante dos preços da energia a legislação ambiental cada vez mais severa, o gerenciamento de energia tornou-se um fator de sucesso crítico para administrar nossos negócios de forma lucrativa. O sistema EnergyMaster torna todos os nossos fluxos de energia transparentes e permite alocar a energia exata que é necessária para cada etapa RT da produção”, comenta Tayyab Abdullah.

Fotos: Divulgação


TECNOLOGIA

BOLSHOI USA IMPRESSORA DIGITAL TÊXTIL PARA ESPETÁCULOS AINDA MAIS INESQUECÍVEIS Modelo escolhido pelo famoso teatro russo foi a EFI LED Pro 32r+

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ma das casas culturais mais tradicionais da Rússia acaba de entrar para o mundo da impressão digital têxtil. O famoso Teatro Bolshoi instalou uma impressora rolo-a-rolo EFI LED Pro 32r+. Com ela, o Bolshoi poderá criar decorações de palco com alta qualidade de impressão e em uma ampla variedade de materiais. A PRIZMIX, parceira autorizada de soluções jato de tinta da EFI na Rússia, trabalhou em estreita colaboração com os diretores da companhia para estabelecer a melhor solução de tecnologia para atender às crescentes necessidades de produção digital. A impressora de 3,2 metros de largura é uma máquina de LED de nível de produção econômica e versátil e oferece imagens com a tecnologia UltraDrop de 7 picolitros da EFI para proporcionar qualidade de impressão de alta definição. Segundo a EFI, ela oferece ótimo consumo de tinta por metro quadrado devido às propriedades exclusivas de suas tintas CMYK EFI-3M™ SuperRange XF. O modelo foi instalado em Moscou no Complexo de Arte e Produção, onde a companhia gerencia a criação de cenários para decoração de palco, incluin-

do adereços e telas. A imagem de LED de “cura fria” da impressora ajuda a reduzir o consumo de energia, além de dar ao teatro a capacidade de imprimir em uma ampla variedade de substratos flexíveis, incluindo mídia fina ou especial que não pode suportar o calor necessário em impressoras UV ou látex tradicionais. O Teatro Bolshoi optou por tinta branca e uma Proteção de borda de mídia, que permite imprimir em mídias com bordas irregulares ou onduladas, como tecidos e papel de parede. “A EFI Pro 32r+ é um dos mais recentes produtos da marca com características técnicas versáteis”, disse Alexey Safronov, diretor geral da PRIZMIX. “Quando conhecemos os requisitos de impressão do Teatro Bolshoi, sabíamos que a Pro 32r+ era a solução certa para eles. A alta eficiência do equipamento é garantida por uma plataforma confiável projetada para operação ininterrupta, com velocidades de impressão de até 256 metros quadrados por hora e larguras de mídia de até 320 cm. Estamos muito felizes por sermos parceiros da EFI e do Teatro Bolshoi e esperamos ter um relacionamento duradouro”, disse Safronov. RT Revista Têxtil #771 I 47


TECNOLOGIA

MONNA LISA 8000

É NOVIDADE DA EPSON PARA IMPRESSÃO DIGITAL TÊXTIL ML-8000 é o novo modelo de entrada da série Monna Lisa e traz 8 cabeças de impressão com a tecnologia PrecisionCore

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Epson anunciou uma novidade para o segmento de impressão digital têxtil. Trata-se da ML-8000, o novo modelo básico da série Monna Lisa, que, segundo a fabricante, combina desempenho e usabilidade para atender às necessidades da indústria têxtil digital em termos de flexibilidade e sustentabilidade. A nova solução traz 8 cabeças com a tecnologia PrecisionCore e alcança uma velocidade de impressão de 155 metros quadrados por hora (600x600 dpi - 2 passadas) com alta qualidade, produtividade e estabilidade de uso. O equipamento tem tempo de inatividade mínimo de produção e oferece facilidade de uso por um preço econômico, sendo a impressora ideal para as empresas que procuram fazer a mudança para a impressão digital. O número de cabeças se alia a outras tecnologias, como a Microweave e o entrelaçamento de gota, que

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reduzem o efeito de marca e granulação, enquanto a Multi-Layer Halftone (MLHT) renderiza os padrões de pontos de meio-tom em cada camada e reduz os gradientes na imagem causados por pontos desalinhados. A tecnologia Dynamic Alignment Stabilizer (DAS) também garante maior estabilidade da qualidade de impressão, controlando as ondulações em cada chip da cabeça para maior precisão no posicionamento dos pontos e maior uniformidade na densidade de cada passagem. A ML-8000 também inclui a capacidade de alinhamento de cores simétricas para sobreposição de cores precisas durante a impressão bidirecional em passagens lentas, assim como o Controle Preciso de Posição da Correia (Accurate Belt Position Control, ABPC) para detecção automática da distância de alimentação da correia, garantindo o avanço preciso dos tecidos. O resultado é ótima qualidade e velocidade, com exce-


TECNOLOGIA

A ML-8000 é o novo modelo de entrada da família Monna Lisa da Epson.

lente reprodução da gradação de cores, detalhes finos e padrões geométricos complexos.

MANUTENÇÃO E USO SIMPLES Com mecanismos de limpeza avançados e funções de ajuste automático, o equipamento possui um funcionamento estável e necessita de poucas interrupções para manutenção. Um sistema de remoção de pó remove os fiapos da superfície dos tecidos antes que eles entrem na área de estampagem, enquanto o sistema de extração de vapor de tinta impede que ele se cole à superfície dos injetores. A tecnologia de verificação de injetores (NVT, Nozzle Verification Technology) detecta a ausência de pontos que implicam em obstrução de injetores e ajusta o nível de tinta a ser ejetada para manter a qualidade de imagem e reduzir erros de impressão. O rolo de limpeza de tela, fácil de substituir, limpa de forma contínua e automática os in-

jetores da cabeça, reduzindo a necessidade de trabalhos diários e de manutenção manual. O operador ainda pode realizar a substituição da cabeça de forma rápida e fácil, em menos de 30 minutos quando necessário, graças à função de calibração automática via câmera RGB. Já o sistema de monitoramento Epson, que funciona 24h em todos os dias da semana, facilita a obtenção de respostas rápidas para problemas potenciais, reduzindo interrupções na produção e chamadas à assistência técnica. Segundo a Epson, a nova Monna Lisa 8000 não é somente simples na manutenção, como na operação também. Um visor sensível ao toque de 9 polegadas mostra o status atualizado da impressora, as instruções de uso e os procedimentos habituais de manutenção. Além disso, ela conta com cartuchos duplos de tinta de alta capacidade (10 litros) que permitem a substituição em funcionamento, possibilitando uma produção ininterrupta. RT Revista Têxtil #771 I 49


TECNOLOGIA

LECTRA FLEX OFFER

É GESTÃO INTELIGENTE DE PONTA A PONTA Solução alojada na nuvem, que otimiza a gestão do consumo de material em cada etapa do processo

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Lectra anunciou recentemente o lançamento mundial da Flex Offer, uma uma solução de colocação automática alojada na nuvem, que otimiza a gestão do consumo de material em cada etapa do processo: dos pedidos de cotação e encomenda de materiais à produção. Os algoritmos integrados da solução processam todos os pedidos de posicionamento simultaneamente, e permitem aos fabricantes poupar tempo, uma vez que deixam de ter limitação de capacidade de hardware. Segundo a Lectra, a novidade surgiu para atender uma exigência dos fabricantes, que buscam entregar uma experiência cada vez mais personalizada aos clientes com seus produtos, o que implica produções enxutas e tiragens menores. Assim, para manter as margens de lucro, os fabricantes têm de determinar com extrema precisão a quantidade de material da qual necessitam. E é aí que atua a Flex Offer. A solução tem funcionalidades para cada etapa do processo: estimativa de custos e resposta a pedidos de cotação, aprovisionamento e produção (Flex Nest Cost & Bid, Flex Nest Procurement, Flex Nest Production). Para isso, foram desenvolvidos três modos: modo standard, que processa as maiores quantidades de colocações e oferece um equilíbrio entre rapidez e eficiência de material; modo urgente, que proporciona, em minutos, a rapidez de que alguns fabricantes ne-

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cessitam; e o modo estratégico, que assegura o máximo de economia de material para os tecidos mais dispendiosos ou que envolvam grandes volumes de produtos numa encomenda. Os três módulos podem ser utilizados simultaneamente para otimizar o volume de colocações processadas e atribuir prioridades com base na urgência e na eficiência desejada. Por fim, a Flex Offer ainda converte determinados arquivos de criação para serem abertos em programas soluções de desenho assistido por computador (CAD) por meio do módulo Pattern Converter. Uma notificação aparece na tela do celular de Muhammad Ashraf, gerente geral da Sangzor, no Uzbequistão. Ele relata uma variação nos parâmetros de produção. Ashraf liga para um dos funcionários para que ele possa tomar medidas imediatas. O problema é rápidamente identificado e resolvido. A Sangzor exporta fios para o Paquistão, Turquia, Rússia e China, e todos os seus clientes esperam naturalmente receber exatamente a qualidade a qual estão acostumados em cada pedido. Para Ashraf, manter os clientes satisfeitos é a prioridade máxima, por isso ele gosta de ser informado de qualquer desvio - seja em seu computador, no trabalho ou em seu telefone celular, quando ele está fora. Por isso, ele utiliza a Central de Alarmes, uma das funcionalidades do sistema Quality Expert da Uster, que monitora a linha de produção


TECNOLOGIA em tempo real e o mantém constantemente informado em qualquer eventualidade. Linhas de fiação ao redor do mundo compartilham uma combinação de exigências: controlar a qualidade através de ações imediatas, enquanto melhoram a produtividade e minimizam o desperdício. Pensando nisso, a Uster desenvolveu Central de Alarmes para sua solução Quality Expert. Com ela, os processos-chave são monitorados e o desempenho é exibido em um painel de controle. Ela permite que as máquinas reconheçam os problemas num relance, permitindo reações imediatas.

SEMPRE CONECTADO Algoritmos inteligentes e inteligência de aplicação Uster embutida garantem um alerta confiável, que pode reconhecer imediatamente os problemas. Os usuários recebem sugestões de solução de problemas e podem expandir a base de conhecimento do programam, inserido ações. O sistema de aprendizado cresce de acordo com as necessidades do cliente e garante que o knowhow relevante seja retido nas fábricas. A Central de Alarme também está disponível em um aplicativo móvel, para um gerenciamento de qualidade independente do tempo e da localização. Não há limite para o número de usuários de aplicativos com um sistema Quality Expert. Os Alertas móveis podem ser usados por quantos funcionários forem necessários, para adequar-se à organização dos processos e responsabilidades da fábrica. Desde o lançamento da versão autônoma do Uster Quality Expert, a comunidade de usuários do aplicativo Uster Mobile Alerts tem crescido mais rapidamente. O Uster Quality Expert Standalone conecta os instrumentos de teste e monitoramento de qualidade Uster e alavanca seu valor em direção a ganhos significativos de rentabilidade. Com a nova versão autônoma, um investimento relativamente pequeno significa que os fiadores de algodão podem otimizar rapidamente a qualidade e a lucratividade ao mesmo tempo. A Central de Alarmes fornece tanto alarmes negativos como positivos. Isso significa que aponta problemas de qualidade, mas também sugere possíveis melhorias. Ashraf diz: “Eu aprecio muito as informações positivas, pois a melhoria é parte do jogo. Se você não melhorar, vai ficar para trás”. Com o último lançamento do Uster Quality Expert, os alarmes e melhorias são listados

separadamente para focar rapidamente em questões sérias - e para tornar os gerentes de qualidade mais conscientes das possibilidades de melhorias até agora despercebidas.

FAZENDO A DIFERENÇA A fábrica pela qual Ashraf é responsável começou a operar há 14 meses com quase todas as máquinas novas. Ele tem certeza de que o aplicativo Mobile Alerts se tornará ainda mais importante para ele com o tempo, à medida que as peças começarem a mostrar os primeiros sinais de desgaste. Mas ele já está sentindo o benefício do aplicativo, especialmente por seu desempenho, design e facilidade de uso. “Graças aos sistemas de controle de qualidade Uster, a fiação têxtil torna-se gradualmente mais fácil”, diz Ashraf. “O Quality Expert reúne e analisa nossos resultados on-line e off-line e continua enviando alertas de qualidade e exceções com possíveis causasde problemas, mostradas graficamente em meu celular 24 horas por dia, 7 dias por semana - e é uma boa notícia que a Uster Quality Expert expande sua análise perspicaz com inteligência valiosa à medida que cada instrumento adicional é conectado”, finaliza. RT

A linha de produção da Sangzor

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SUSTENTABILIDADE

LENZING É RECONHECIDA

POR TRANSPARÊNCIA AMBIENTAL CDP Grupo entra na Lista A da entidade e fala de futura fábrica no Brasil

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Grupo Lenzing foi reconhecido pelo CDP, organização ambiental sem fins lucrativos e de atuação global por suas ações para enfrentar as mudanças climáticas e proteger as florestas. Com isso, a empresa garantiu um lugar na prestigiosa “Lista A” da entidade. O processo anual de divulgação e pontuação ambiental do CDP é amplamente reconhecido como o padrão mais importante da transparência ambiental corporativa. Este ano, mais de 5.800 empresas foram pontuadas com base em dados enviados por meio dos questionários criados pelo CDP. A Lenzing tornou-se o primeiro produtor mundial de fibras celulósicas à base de madeira, a assumir um compromisso estratégico de cortar suas emissões de CO2 por tonelada de produto em 50% até 2030. Para honrar esse compromisso, o Grupo Lenzing estabeleceu marcas importantes neste ano. Entre elas, estão as primeiras fibras Tencel CarbonNeutral,que trazem como característica a rastreabilidade para o posterior descarte e a redução nas emissões de CO2 durante seu processo de produção. Essas ações, são parte integrante da estratégia de sustentabilidade da Lenzing, pois ajudam a com-

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bater as mudanças climáticas e ainda servem de referência para um novo nível de transparência para toda a cadeia de valor. Além disso, tecnologias pioneiras como Refibra e Eco Cycle contribuem para a economia circular, combinando uma produção de fibras ambientalmente responsável com a reciclagem de resíduos de algodão.

SUSTENTABILIDADE NO BRASIL E NO MUNDO A Lenzing ainda afirma que as grandes responsáveis por reduzir sua pegada de carbono nos próximos 18 serão a nova fábrica de celulose no Brasil e a de fibra de liocel na Tailândia. Segundo a empresa, a planta brasileira, contará com um sistema de mitigação de carbono de última geração, que inclusive, exportará energia de origem sustentável para a rede local e a fábrica asiática terá sua produção neutra em emissões. Também faz parte das políticas sustentáveis da empresa o projeto de reflorestamento na Albânia, que fez a Lenzing ser reconhecida há décadas por um histórico limpo de madeira sustentável, com mais de 99% por cento de suas fontes de madeira e celulose sendo certificadas por FSC 1 ou PEFC 2, ou controlado de acordo com estas normas.

Fotos: Divulgação


SUSTENTABILIDADE O Grupo Lenzing conduz projetos de reflorestamento na Albânia.

Estamos particularmente orgulhosos de ter alcançado uma pontuação “A” no combate às mudanças climáticas e ter reconhecidas nossas ações para proteger as florestas. A dupla pontuação “A” reconfirma nossa estratégia de sustentabilidade a longo prazo e mostra que estamos no caminho certo com nossos esforços de transparência, bem como de fornecimento sustentável de matérias primas”, diz Stefan Doboczky, CEO do Grupo Lenzing. “Este reconhecimento aumentará nossa visibilidade entre um amplo grupo de partes interessadas importantes”, reitera. Paul Simpson, CEO do CDP, diz: “Estendemos nossas felicitações a todas as empresas na ‘Lista A’ deste ano. Assumir a liderança em transparência e ação ambiental é um dos passos mais importantes que uma empresa pode fazer, e é ainda mais impressionante neste ano desafiador marcado pela COVID-19. Nossa “Lista A” celebra as empresas que estão tomando medidas hoje para se preparar para se destacar na economia do futuro.

COMO FUNCIONA A LISTA A DO CDP? Em 2020, foi solicitado por meio de questionário enviado ao CDP que mais de 515 investidores com

mais de US$106 trilhões em ativos e mais de 150 grandes compradores com US$4 trilhões em despesas com aquisições, divulgassem dados sobre impactos ambientais, riscos e oportunidades. Uma metodologia detalhada e independente é utilizada pelo CDP para avaliar essas empresas, atribuindo uma pontuação de A até D, com base na abrangência da divulgação, conscientização e gestão dos riscos ambientais e demonstração das melhores práticas associadas à liderança ambiental, tais como o estabelecimento de metas significativas. Aqueles que não divulgam ou fornecem informações insuficientes são marcados com um F. A pontuação do CDP para mensurar o cuidado com as florestas é conduzida por meio da lente das quatro commodities que causam a maior parte do desmatamento: produtos de madeira, agropecuária, soja e óleo de palma. As empresas precisam pontuar um A em pelo menos uma dessas commodities de risco para ganhar um lugar na “Lista A” das Florestas. A lista completa das empresas que fizeram a “Lista A” do CDP deste ano está disponível aqui, juntamente com outras pontuações: https://www.cdp.net/en/companies/companies-scores RT Revista Têxtil #771 I 53


FIAÇÃO

NILIT REVELA PREVIEW DE SEU NOVO TREND BOOK Material batizado de Chain Reaction antecipa tendências de consumo e perfis de público para 2022

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Nilit divulgou um preview do que será o seu novo trend book para 2022. Batizado de Chain Reaction – algo como Reação em Cadeia em tradução livre –, o material traz três tendências-chave que, segundo a marca, irão englobar os desenvolvimentos têxteis, as atitudes de consumo e as aplicações que deverão responder às novas demandas dos consumidores. Todas com aplicações da linha de fibras de nylon Sensil. O preview mostra que o material foi criado já levando em consideração as mudanças demandadas pela pandemia do novo coronavírus. “Ninguém poderia ter previsto os eventos de 2020, onde o lockdown tornou-se um fenômeno global e o mundo se tornou ainda, com seu população forçada a fazer uma pausa enquanto todos nós respeitávamos as novas regras”, comenta Sagee Aran, Head Global de Marketing da Nilit, no texto de abertura do book. Ele ainda minimiza as dificuldade mencionando o que, em sua visão, surgiu de bom nesse momento: “Fatores positivos que emergiram desses tempos foram as comunidades, que voltaram a mostrar relecância, a bondade e a busca de criar um mundo mais responsável e atencioso. Vemos a missão da Nilit de ajudar a moldar o mundo do vestuário”, reitera. O preview pode ser acessado aqui: https://sensil.com/wp-content/ uploads/2021/01/Sensil_SneakPreviewDec20.pdf

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O PÚBLICO DO FUTURO Para cumprir a promessa de moldar o mundo do vestuário, o preview de Chain Reaction divide os perfis de consumidores em seis grupos. • REALISTAS (REALISTS): Cujas características são a lealdade, estiloso, suave e puro; • OS QUE ACREDITAM (BELIEVERS): Que dão preferência para o tradicional, que protege, agrega desempenho e qualidade; • AVENTUREIROS (ADVENTURERS): Procuram por coisas ousadas, reforçadas, de alto nível e de alta performance; • ATIVISTAS (ACTIVISTS): Procuram demostrar que se importam, são conscientes e preferem peças com rastreabilidade; • EXIBICIONISTAS (EXHIBITIONISTS): Têm energia e gostam de se destacar; • INDIVIDUALISTAS (INDIVIDUALISTS): Procuram por peças que destaquem o corpo, de toques maleáveis e que envolvam a digitalização em seus processos.

Fotos: Divulgação


FIAÇÃO

AS FIBRAS DO FUTURO

Segundo o grupo, a planta no Brasil será estratégica para reduzir a pegada de carbono nos próximos 18 meses

O Grupo Lenzing conduz projetos de reflorestamento na Albânia.

Segundo o grupo, a preocupação com as florestas é um de seus esforços reconhecidos.

NOVIDADE NA LINHA Mesmo não sendo o material completo ainda, o preview do trend book ainda conseguiu espaço para falar de uma novidade da Nilit, o SENSIL WATERCARE. Infundido com agentes de coloração naturais durante o processo de de extrusão, otimiza o tingimento dos tecidos que o utilizam em sua composição. Com isso, pode eliminar métodos tradicionais para a tintura, economizando água, energia, e produtos químicos necessários para tingir, mais uma quantidade de energia significativa necessária para a secagem. É uma escolha de matéria-prima interessante para quem deseja produtos que ofereçam uma pegada sustentável maior. RT

O preview do trend book ainda trouxe algumas descrições de seis tipos de fibras que a Sensil planeja utilizar para atender a esses clientes. • SENSIL AQUARIUS: Com propriedades hidrofílicas superiores resulta em tecidos que transportam a umidade para longe da pele, pela peça, até o ar. Sendo um Nylon 6.6, é naturalmente mais resistente ao odor do que outras fibras artificiais. • SENSIL BODY FRESH: Foi projetada para oferecer proteção e uma sensação de bem-estar por meio de um aditivo embutido no fio de microfibras, que previne o crescimento de bactérias e reduz a atividade viral. O produto resulta em um tecido macio com propriedades duradouras, que não se perdem nas lavagens e não poluem a água. • SENSIL HEAT: Seu isolamento térmico é comparável ao de um copo de café expresso em um dia frio. A casca do grão de café, ingrediente residual no nylon, além de ecologicamente correto, retém o calor do corpo enquanto absorve e gerencia a umidade, neutralizando os odores. • SENSIL BREEZE: Como uma lufada de ar fresco, o toque suave, o resfriamento tato resfria e refresca quando o calor está ligado. Seus ingredientes e propriedades únicas permitem a rápida transferência de calor para longe do corpo para ótimo desempenho físico. • SENSIL INNERGY: Revigorante, tonificante e que melhora o desempenho, este fio aprimorado com infravermelho é feito com um fio natural mineral permanentemente embutido no náilon. Os tecidos feitos com esse material refletem de volta a energia térmica natural emitida pelo corpo que revigora as células, melhora a elasticidade muscular e revigora a aparência da pele. • SENSIL ECOCARE: Nylon 6.6 reciclado com cor profunda e uniforme. Feito de resíduos pós-industriais que reduzem o consumo geral de energia e água na produção ciclo.

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EVENTOS

COLOMBIATEX

MOSTRA OS RUMOS DO TÊXTIL EM 2021 Primeiro evento têxtil do ano muda planos e realiza edição totalmente digital

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Colombiatex, feira realizada todo início de ano na cidade de Medelin costuma ser um farol dos eventos do segmento têxtil, uma vez que é normalmente o primeiro do calendário internacional. Principalmente para os players do Brasil, uma vez que o país vizinho é uma notável oportunidade de negócios e uma oportunidade para marcas e empresas sentirem a temperatura do mercado. Entretanto se seguirmos a proposta de farol, podemos dizer que a Colombiatex 2021 aconteceu em luz amarela. Conforme noticiamos na última edição da REVISTA TÊXTIL, o evento, organizado pelo Inexmoda seguia confirmado para acontecer em formato híbrido – presencial e on-line – entre os dias 25 e 28 de janeiro deste ano. Para isso, os organizadores aunciaram uma série de protocolos de segurança que estariam em vigor no pavilhão Plaza Mayor para preservar a saúde dos visitantes. Salas de espera convertidas com wi-fi para compradores, em caso de alto tráfego nos estandes; lavabos para mãos em todo o pavilhão; 170 estações de sanitização com gel antibacteriano; câmeras de controle de tráfego controle eletrônico de medição por pavilhão; estações de medição de temperatura; uso obrigatório de máscaras; tapetes antibacterianos; e posto de saúde adicional com infraestrutura pré-hospitalar foram algu-

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mas delas. Além do próprio pavilhão, que traria corredores com quatro metros de largura, dois a mais do que no ano anterior para privilegiar o distanciamento social. Os números, do país em novembro, inclusive também mostravam que o vento estava a favor do evento. Segundo o Inexmoda, em novembro, a Colômbia mostrava sinais positivos de recuperação, com o desemprego caindo de 21% para 16%, o que significa que 1,3 milhões de pessoas reconquistaram seus empregos, e a desaceleração econômica estimada em abril caiu de 8,5% para 6% no fim do ano. Mas, tudo mudou em 6 de janeiro, quando o Inexmoda anunciou que, por conta dos números da pandemia de COVID-19 seguirem preocupantes no mundo todo, a Colombiatex seria realizada em versão totalmente digital entre os dias 18 de janeiro e 5 de fevereiro, com boa parte da programação anteriormente

Fotos: Divulgação


EVENTOS O Plaza Mayor de Medellin receberia mais uma vez a Colombiatex

confirmada, como a Plataforma Virtual de Negócios, o Pavilhão do Conhecimento e as Master Classes. Embora fosse uma decisão difícil, a preocupação da entidade com as pessoas, principalmente com os visitantes de fora, que estariam mais expostos ao vírus em aviões e aeroportos.

UMA MENSAGEM DE OTIMISMO Mesmo com a mudança repentina de formato, a Colombiatex fechou com números positivos para sua edição digital. Segundo o Inexmoda, 69 mil pessoas marcaram presença no evento por meio das plataformas digitais, além de 261 expositores oriundos 15 países. Os organizadores ainda deixam claro que o evento cumpriu a missão de ser o pontapé inicial para a retomada do setor. Ainda que os planos de uma feira presencial tenham ficado para depois, a realização da feira foi uma

Entre os planos do Inexmoda, estavam corredores mais largos para facilitar o distanciamento social

mensagem de otimismo para mostrar que o Sistema Moda – nome que os colombianos usam para designar o segmento têxtil – segue trabalhando para e recuperar. “A Colombiatex Digital cumpriu seu objetivo como primeiro passo de nosso plano de reativação econômica para a indústria da moda, conseguindo que, apesar das condições pandêmicas, os negócios fossem ativados em um mês-chave para as vendas no início do ano, todos que fazem part do nosso Sistema Moda conheciam as tendências da indústria e se tornaram visíveis através dos canais digitais que a Colombiatex 2021 colocou à sua disposição. Além disso, o evento ratificou nosso compromisso e mensagem de otimismo para a indústria quando ela mais precisa de uma”, comentou Carlos Eduardo Botero Hoyos, presidente executivo da Inexmoda. O evento ainda cumpriu seu negócio enquanto gerador de negócios. O Inexmoda divulgou que as re-

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EVENTOS uniões de negócios virtuais resultaram em 1.400 encontros efetivos entre expositores e compradores, que estavam principalmente interessados em categorias como têxteis, pacotes completos, serviços especializados e suprimentos de vestuário. Além disso, a plataforma de negócios abriu o caminho para a interação de pessoas conectadas, o que permitiu cerca de 10.000 contatos efetivos do relacionamento estabelecido dentro da plataforma de negócios através de conversas via chat e chamadas de vídeo, buscando novas oportunidades para o mercado têxtil e de confecção.

BRASIL MARCA PRESENÇA Entre os 15 países presentes na versão digital da Colombiatex não poderia faltar o Brasil. Assim, algumas marcas importantes do nosso país aproveitaram o alcance virtual para divulgar seus produtos. Caso da creora, marca da Hyosung, que levou ao evento algumas des usas patentes em fios de elastano, tais como: creora Black, Creora Power Fit, creora highclo, creora eco-soft, creora Fresh e creora regen.

Proteção, Sustentabilidade e negócios Se a pandemia foi o principal fator que fez o Inexmoda voltar atrás com os planos de uma Colombiatex presencial, o poder de adaptação do têxtil local fez do coronavírus uma fonte de negócios, que, inclusive, projetou e consolidou o país em outros mercados. Entre janeiro e novembro de 2020, a Colômbia exportou cerca de 43,3 milhões de dólares em máscaras de proteção para destinos como Estados Unidos, Canadá, Índia e Holanda, por exemplo. As empresas que mais se destacaram nesse segmento puderam mostrar suas criações no evento por meio da Rota da Sustentabilidade e Biossegurança, com roupas e equipamentos de proteção com acabamento antiviral e outras inovações. “A Colômbia deve se posicionar como um fornecedor de alto valor para a indústria da moda no mundo através de produtos de ponta; portanto, a Colombiatex das Américas está comprometida com inovações em sustentabilidade e biossegurança, elementos necessá-

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rios para o mundo de hoje e do futuro. Da Inexmoda, continuaremos a promover inovações no setor, pois só assim, a Colômbia poderá se posicionar não apenas como a capital da moda latino-americana, mas também como um epicentro de inovação em fornecedores para o setor”, reforçou o presidente executivo do Inexmoda, Carlos Eduardo Botero Hoyos. Do montante arrecadado com as exportações, 23,3 milhões de dólares foram comercializados por uma só empresa do país: a Crystal S.A.S. Contudo, outras companhias também se destacaram, como a NITTA S.A, a Lafayette e a Fabricato. A resiliência e adaptabilidade da indústria da moda, fez com que as empresas evoluíssem no ritmo exigido pelo mercado a partir das consequências da COVID-19, é como a NITTA SA conseguiu estar entre as cinco maiores empresas, porque elas têm “uma capacidade de exportação de 8 milhões de unidades por


EVENTOS Por conta dos números ainda altos da pandemia, a Colombiatex aconteceu de forma totalmente digital. O evento contou com apresentação da jornalista de moda Beatriz Arango, a Coordenadora de Pesquisa do Inexmoda, Maite Cantero e de Sebastían Diez, Diretor de Mercado do Inexmoda A pandemia também fez a Colômbia se destacar na produção de máscaras

mês, uma capacidade bastante alta, nós conseguimos graças à tecnologia e maquinaria que temos”, disse Johana Acosta, Diretora de Negócios Internacionais da NITTA SA. O mesmo com a Lafayette, que levou à feira O primeiro tecido fabricado na Colômbia com a tecnologia suíça HeiQ V-Block, que demonstra uma eficácia de 99,99% contra os vírus envolvidos na SARS, como o COVID-19. “Na Colombiatex Digital apresentamos inovações que impactam positivamente o meio ambiente e as comunidades, pois o mundo está enfrentando um perigoso inimigo que polui tudo o que toca. E, na Lafayette, estamos empenhados em apoiar pessoas que salvam vidas com inteligência têxtil dos mais altos padrões”, disse Naydú Serrato, diretor de Comunicação Corporativa da marca. Já a Fabricato ressalta a sustentabilidade dos seus processos de fabricação de vestuário protetor. Segun-

do a empresa, 97% dos resíduos gerados por ela são reaproveitados. Sua linha Workwear consiste em roupas para vestuário institucional e de saúde com nível anti-fluido, máscaras anti-fluido e antibacterianas e um portfólio de uniformes médicos, acessórios e lingerie hospitalar. De acordo com Claudia María Vásquez Jaramillo, Gerente de Moda e Promoção da empresa, este trabalho fez “os desenvolvimentos, em associação com empresas que forneceram os fios e roupas, nos permitiram exportar trajes médicos para os Estados Unidos”. “Ganhamos espaço no segmento médico e em outros, mostrando que a indústria colombiana segue grande como a indústria chinesa e a de outros países que se dedicam a esses produtos de nicho”, comentou Lorenzo Velásquez, Diretor de Transformação e Conhecimento do Inexmoda sobre o destaque do país como fornecedor de produtos de segurança e têxteis técnicos para este fim.

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EVENTOS A base Ana Ruga, em fio tinto, é novidade na pegada casual rústica.

O fio eco-soft foi um dos destaques da creora no evento.

Já a Santanense mostrou duas coleções: a Sportswear, de tecidos para moda e a Workwear, voltada para uniformes e roupas de trabalho. Para a primeira, aliás, destacou o algodao como principal matéria-prima. Sarja e elastano também fazem parte da coleção Verão 22, que traz um toque retrô e peças com a certificação Ekotex, que assegura que, na produção não foram utilizados produtos químicos que podem prejudicar a saúde.

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A Vicunha apresentou sua nova coleção, que valoriza os processos de transformação e investe na gestão de recursos e resíduos como premissa para o desenvolvimento dos produtos. A fabricante levou ao evento digital artigos que mostram sustentabilidade desde o campo até consumidor final, mesclando diferentes técnicas e processos, como a combinação de fibras recicladas naturais e sintéticas e processos de tingimento ou preparação, que


EVENTOS

Lola Botti, Cool Hunter da Vicunha, palestrou no evento.

reduzem o consumo de químicos e de água, assim como a utilização de corantes naturais, produzidos a partir de resíduos renováveis. Para isso, escolhe criteriosamente seus parceiros, como a Lycra, da qual utiliza o EcoMade, primeiro fio elastano produzido com 20% de material reciclado pré-consumo e certificação GRS (Global Recycled Standard) e os tingimentos EarthColors da Archroma, que são produzidos a partir de resíduos

naturais renováveis, como sobras agrícolas não comestíveis, folhas de palmeiras do palmito, cascas de nozes, extração de ervas como o alecrim, além de frutos, substituindo as matérias-primas tradicionais à base de petróleo. Além do fio de poliéster reciclado ECORAMA da Indorama Ventures, derivado de garrafas PET; e fibra de liocel TencelTM RefibraTM, desenvolvida a partir da polpa de celulose da madeira e do algodão reciclado pós-consumo industrial, derivado de sobras do processo de confecção. A Vicunha ainda marcou presença no ciclo de palestras da Colombiatex, com a Cool Hunter, Lola Botti e o Coordenador de Moda, Chico Gonzalez. A Cataguases, por sua vez, mostrou na edição digital da Colombiatex a coleção Oasis, que mostramos em detalhes na última edição da REVISTA TÊXTIL. A coleção destaca bases, como o Biarritz, que apresenta a irregularidade dos fios flamês, que remetem ao linho, porém, com o frescor do 100% algodão, além de propostas em fio tinto e alternativas em estampas digitais; e o Giron, em visual falso liso e listrado, de base maquinetada, com fio flamê e composição 100% algodão, mais pesada, ideal para a parte da cintura para baixo. Já como novidade na pegada casual rústica, a coleção conta com a base Ana Ruga em fio tinto. De composição 100% algodão, ele é um tecido resistente e fresco, que não requer cuidados de passadoria devido ao seu visual “enrugado”. Há ainda o tecido Oxford em padronagens de listras e xadrezes e desenhos digitais estampados sobre fio tinto, funcional para segmentos diversos e a base Sierra, artigo de composição viscose e algodão, que tem por característica um menor amarrotamento, também promete ser grande sucesso, com quatro seleções de estampas em digital. “Buscamos inspirações e ideias em todos os tipos de locais onde foi possível estar remotamente. Em nosso mood de tendências, trouxemos referências da passarela internacional, e o momento socioeconômico também diz muito sobre a moda e o comportamento de consumo, portanto, foi um forte balizador das nossas escolhas, tanto para a definição do tema, quanto para as apostas e propostas de produtos”, explica Juliana Peixoto, Coordenadora de Estilo da Cataguases.

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EVENTOS

FEBRATEX

APRESENTA ESPAÇO INÉDITO PARA STARTUPS Feira está agendada para acontecer de forma presencial entre os dias 10 e 13 de agosto em Blumenau (SC).

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Febratex, após alguns adiamentos, agora está programada para acontecer de forma presencial entre os dias 10 e 13 de agosto no Parque Vila Germânica, em Blumenau (SC). Para trazer ainda mais inovação e tecnologia para o setor têxtil nessa edição, a feira confirmou recentemente uma novidade: o Startup Corner, um espaço que debuta na feira com o objetivo de conectar empresas mundiais de tecnologia com o setor têxtil e apresentar novas soluções para o segmento. Giordana Madeira, diretora executiva do Febratex Group, conta que até o momento já estão confirmadas dez startups no novo espaço. “A Febratex é um evento que busca sempre a inovação. Com o Startup Corner, pretendemos conectar empresas de tecnologia, que tragam soluções e inovação para o setor têxtil. Com isso, elas terão a possibilidade de validar e apresentar os seus produtos e gerar networking com os próprios compradores da indústria têxtil”, explica. Até agora, já confirmaram presença: Prints Connection, Etiqueta Certa, Coleção.Moda, Vende Moda, Molde.Me, Híbrido, Osmaq Têxtil, Qualitá, Confecção Conectada e Trender Fashion Network já adquiriram seu espaço. As startups que tiverem interesse em participar da Febratex podem se inscrever no endereço bit. ly/startup-febratex. Basta preencher um formulário, que

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será avaliado pela organização do evento. A empresa participante deve ser uma startup que já esteja operando no mercado e apresente novas ideias e soluções para a indústria têxtil e de confecção. Para Thiele Biff, CEO e Co-Founder da Coleção.Moda, startup também confirmada no evento, a

Fotos: Divulgação


EVENTOS possibilidade de permitir que a startup participe com custo acessível de um evento nacional, como a Febratex, faz com as startups possam ganhar visibilidade e apresentar o seu produto ao mercado com credibilidade. “Nós participamos da primeira edição do Febratex Summit, na qual colhemos grandes resultados, então participar da Febratex vai permitir que nós adquiramos ainda mais credibilidade e visibilidade nacional, projetando voos mais altos para a empresa”, aponta. Já Tyara Nascimento, CEO da Molde.me, está ansiosa para a troca de experiências que o evento irá oferecer. “Essa troca de experiência é muito rica, pois as startups trazem inovação, economia, novos processos e crescem também com o contato com outras empresas. Ter a oportunidade de participar desse momento, em uma feira reconhecida mundialmente, nos posiciona como um produto confiável e inovador perante o mercado têxtil de todo o Brasil”, destaca.

O evento será sediado no Parque Vila Germânica.

SELEÇÃO E NETWORKING O Startup Corner tem o apoio e a curadoria do Blusoft que, juntamente com a organização da Febratex, valida a participação da startup. De acordo com o Head de Startups na Blusoft, Rafael Silva, o desafio está em selecionar as participantes. “O

Brasil possui uma imensa quantidade de startups, de vários locais, regiões, tamanhos e tecnologias, e fica cada vez mais difícil encontrar, acessar e curar seus projetos”, diz. Silva ainda explica que conexão com o setor é fundamental. As empresas que desejam participar precisam estar operando no mercado e apresentar novas ideias e soluções para a indústria têxtil e de confecção. “As startups selecionadas terão a grande oportunidade de aumentar ainda mais a sua visibilidade e potencialmente alavancar negócios através de um contato direto com a indústria. Para empresas que atuam diretamente ou prestam serviços para o mercado têxtil e de confecção, participar da Febratex é uma boa forma de expandir seu networking, pois é ali que estarão basicamente todos os seus potenciais parceiros e clientes”, finaliza o Head da Blusoft. RT

A Febratex acontecerá presencialmente em Blumenau (SC) entre 10 e 13 de agosto.

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EVENTOS

FESPA DIGITAL PRINTING TEM NOVA DATA DE REALIZAÇÃO

Evento, adiado pela segunda vez, deverá acontecer em junho, no Pavilhão Azul do Expo Center Norte (SP).

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FESPA Digital Printing, um dos eventos mais importantes do segmento de impressão digital do país, tem nova data. Antes agendada para acontecer entre os dias 18 e 21 de março do ano passado no, Pavilhão Azul do Expo Center Norte, em São Paulo (SP), a feira foi adiada a primeira vez para 24 a 27 de março deste ano e agora será realizada de 23 a 26 de junho, no mesmo local. “Foi uma decisão extremamente difícil de ser tomada, porém é preciso colocar a saúde e bem-estar de visitantes, expositores, fornecedores e colaboradores em primeiro lugar”, comentou Alexandre Keese, diretor da FESPA Digital Printing na época do primeiro adiamento, por conta da escalada dos casos de Covid-19 no Brasil. Infelizmente, o motivo do novo adiamento, feito um ano depois, é o mesmo. “Desde o primeiro momento, nossa meta sempre foi o bem-estar de todos os visitantes, expositores, fornecedores e staff presentes no evento, e mais do que nunca, prestamos aqui nossa

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solidariedade aos familiares das vítimas e reforçamos nossas energias”, comenta Keese. Segundo o comunicado oficial no site do evento, “A nova data encontrará um ótimo momento, pois se dará em um panorama mais positivo com o andamento da campanha de vacinação e também de um melhor desempenho da economia na relação com o primeiro trimestre deste ano”, explica. O site oficial do evento ainda menciona a capacidade de adaptação da comunicação visual, que, no atual momento, tem sido importante para reforçar o distanciamento social em locais de maior circulação de pessoas. Estamparia digital para cortinas e almofadas, além da impressão de papéis de parede também ganharam mais destaque por conta dos novos tempos, afinal, com muitas empresas fazendo home office, as pessoas estão mais interessadas em deixar sua casa ainda mais com a sua cara. Outra tendência que o evento deverá abordar é o a impressão digital em baixas tiragens, com o uso da

Fotos: Divulgação


EVENTOS A FESPA Digital Print foi mais uma vez adiada e acontecerá em junho.

O local, entretanto, segue o mesmo: o Pavilhão Azul do Expo Center Norte.

capacidade de dados variáveis e enobrecimento do impresso, como livros de fotos, por exemplo. Uma solução interessante para pequenos produtores, que estão vendendo via e-commerce.

PRÊMIO E SETOR TÊXTIL EM DESTAQUE Neste ano, o ciclo de palestras que compreende o Digital Textile Conference, também acontecerá e deverá reunir mais empresas que estão em busca de oportunidades para evoluir na adoção do digital em seus processos de fabricação de vestuário, decoração e sinalização. Avanços tecnológicos e tendências para a indústria considera também terão espaço, como a Ilha da Sublimação Comunidade WEB FESPA Brasil, espaço especial para quem deseja ingressar ou aprimorar suas técnicas no setor de sublimação e transfer. Mantendo a tradição, a FESPA Digital Printing vai receber mais uma edição do Prêmio GF Bureau Criativo, promovido pela Revista Grandes Formatos, que celebra os

melhores trabalhos de comunicação visual e desperta nos participantes o instinto de criatividade e transformação. Para visitar a FESPA Digital Printing e aproveitar tudo que a impressão digital tem a oferecer, o profissional do setor pode fazer a inscrição antecipada e gratuita, concorrendo ainda a uma Alexa Echo Show 5: www. fespadigitalprinting.com.br/visitar. RT

O ciclo de palestras têxteis Digital Textile Conference também acontecerá esse ano.

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EVENTOS

ITMA + CITME 2020

APOSTA NO OTIMISMO DO SETOR TÊXTIL Evento adiado anteriormente confirma edição presencial para junho de 2021 confiando na recuperação do setor pós-pandemia.

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diada em praticamente um ano, a ITMA + CITME 2020, feira asiática do setor têxtil confirma sua edição presencial para junho deste ano, entre os dias 12 e 16, na cidade chinesa de Xangai. Realizar o evento é um voto de confiança para que os players do setor voltem a viajar e mantenham a relevância dos eventos de grande porte. E, de acordo com comunicado divulgado pela feira, foi uma boa aposta. Segundo reporte, os proprietários da exposição CEMATEX e parceiros chineses, o Sub-Conselho da Indústria Têxtil, CCPIT (CCPIT-Tex), Associação das Máquinas Têxteis da China (CTMA) e China Exhibition Centre Group Corporation (CIEC) receberam inscrições de mais de 1.600 importantes fabricantes de máquinas têxteis. E eles ainda acrescentam que, embora o prazo tenha passado, os pedidos de espaço continuam chegando. Os candidatos aprovados receberam seu certificado de admissão e detalhes de seu espaço no estande em dezembro do ano passado. Os candidatos, juntamente com o forte apoio de vários parceiros e associações industriais, deram à mostra combinada a indicação mais clara até agora de que será uma exibição bem-sucedida. O evento combinado terá um espaço de

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170.000 metros quadrados, onde são esperados mais de 1.200 expositores, incluindo muitos fabricantes de máquinas, de 24 países. Ernesto Maurer, Presidente da CEMATEX, disse: “Estamos muito satisfeitos de ver tantas empresas fazendo reservas com confiança à medida que a indústria avança para atender à crescente demanda de uma economia pós-pandêmica”. A região asiática continua a ser um ponto brilhante para as empresas que procuram novos mercados e oportunidades de crescimento em tempos desafiadores”.

ECONOMIA A FAVOR Segundo a organização do evento, o Fundo Monetário Internacional divulgou uma atualização em junho passado, dizendo que, neste ano, o crescimento global é projetado em 5,4%. Ele também destacou que o crescimento econômico será mais forte nos mercados emergentes e economias em desenvolvimento, particularmente na Ásia, que deverá crescer 7,4%. “O crescimento econômico positivo é uma notícia extremamente boa para o setor. A pandemia forçou o setor a enfrentar desafios sem precedentes. Embora uma recuperação total leve tempo, as empresas em

Fotos: Divulgação


EVENTOS todo o mundo já estão olhando para o futuro para buscar ativamente maneiras de estimular uma recuperação do mercado.”, comenta Wang Shutian, Presidente Honorário da Associação de Máquinas Têxteis da China (CTMA). “ITMA ASIA + CITME é uma marca reconhecida e estamos encantados que a indústria continue a apoiar nossa vitrine. Este é realmente um sinal positivo de que os participantes da indústria estão cautelosos, mas otimistas sobre o futuro”, finalizou o executivo. RT

O evento é um voto de confiança para o setor têxtil no pós-pandemia. A edição presencial da ITMA ASIA + CITME 2020 está confirmada para junho deste ano.

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EVENTOS

TEXWORLD EVOLUTION PARIS LE SHOWROOM REVÊ MODELO DOS EVENTOS PRESENCIAIS Organizado pelo Messe Frankfurt, trouxe formato menor para colocar público e tecidos em contato.

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ntre os dias 01 e 05 de fevereiro, o Atelier Richelieu, em Paris, recebeu uma nova forma de fazer eventos, a Texworld Evolution Paris – Le Showroom. Seguindo todos os protocolos de segurança, mais de 500 compradores e profissionais do segmento puderam ter contato com mais de 2.500 amostras de tecidos, enviadas por 7 fabricantes, oriundos de, pelo menos dez países. A mostra teve curadoria do time do Messe Frankfurt, organizador do evento. Durante esta semana, os visitantes puderam descobrir as tendências da primavera-verão 2022, tocar em amostras selecionadas e estabelecer comunicação direta com os fabricantes participantes. Segundo o Messe Frankfurt France, um total de 3.235 consultas foram enviadas durante o showroom com pedidos de informação, cotações, bem como pedidos. Assim, o formato se mostrou uma alternativa viável aos grandes eventos, que seguem suspenso indefinidamente para garantir o distanciamento social necessário para impedir o avanço da pandemia do novo coronavírus. Com a curadoria feita por uma associação ou sindicato, é possível aos produtores têxteis mostrar seu produto para o conhecimento das confecções, sem a necessidade de estar presente fisicamente no país e ter de arcar com os custos de viagem, alimentação e hospedagem.

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FORMATO COMPLEMENTAR O Le Showroom também mostra que eventos menores, tanto em duração quanto em dimensão, podem ser suficientes para cumprir os objetivos dos expositores e frequentadores. “O inegável sucesso deste evento confirma nossa escolha, em oferecer uma solução presencial alternativa e personalizada, em torno de produtos cuidadosamente selecionados”, disse Frédéric Bougeard, Presidente do Messe Frankfurt France. O executivo ainda adicionou: “Além do simples prazer de se reunir e estarmos trabalhando juntos novamente, este showroom - enriquecido com um inspirador Trend Forum - atende às expectativas do mercado” disse. O novo formato também possibilita a realização de mais eventos durante o ano, sem que a cadeia produtiva precise aguardar os grandes do calendário. “As necessidades de abastecimento da indústria da Fotos: Thomas Deron / Graphix Images


EVENTOS A Texworld Evolution Paris – Le Showroom contou com público reduzido e protocolos de segurança.

moda se tornarão cada vez mais lineares, demandando reuniões mais regulares, o que favorece soluções intermediárias como esta, complementares às feiras comerciais, que permanecem essenciais”, comenta Bougeard, Mas, o executivo francês deixa claro que os grandes eventos têxteis não tendem a ser extintos. “É por isso que vamos manter, se as condições da pandemia permitirem, um evento para os profissionais da moda e têxtil em julho”, continua Frédéric Bougeard. Esta exposição será realizada pela primeira vez em Paris, Porte de Versailles, mas tudo pode ser mudado dependendo de como estiver o mundo na ocasião. “Se as restrições ainda estiverem em vigor, em todo caso, poderemos propor uma alternativa para a indústria da moda, cujo formato e conceito podem evoluir com base neste feedback inicial”, comenta o Presidente do Messe

No local, os compradores puderam ter contato com o material, mas em um evento de escala reduzida.

Frankfurt France sobre a Texworld Evolution Paris – Le Showroom. Até lá, a seleção de tecidos exibida no showroom permanecerá disponível on-line na plataforma digital sourcing desenvolvida pela Messe Frankfurt France com seu parceiro Foursource. Esta solução de conexão digital permite que o têxtil e os fabricantes de vestuário se unam para apresentar suas coleções a compradores internacionais. Estes últimos se beneficiam de uma seção específica para definir suas consultas (matchmaking, definição de necessidades), apresentar pedidos de amostras e cotações e, finalmente, construir sua coleção baseada em fatores seletivos destinados ao mundo têxtil: país, quantidades mínimas, tipo de serviço, certificados etc. A plataforma é acessível por meio do site da Texworld Evolution Paris: texworld-paris.fr.messefrankfurt.com/ RT paris/en/Showroom.html

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EVENTOS

INSPIRAMAIS

ABRAÇA O DIGITAL PARA MELHORAR Salão se mostra mais à vontade com o formato e aposta em planejamento e conteúdo para impactar cadeia produtiva.

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Inspiramais já consolidou seu nome entre os amantes do design. Semestralmente, o evento, que reúne diversas associações e players dos setores têxtil, confecção, couro e até moveleiro, traz novidades em materiais e toda uma programação de palestras e encontros de negócios para fazer a diferença na cadeia produtiva. Entretanto, o evento, que aconteceu nos dias 26 e 27 de janeiro, tinha algo a provar: como continuar sendo referência em criatividade sem reunir as pessoas por mais um ano, uma vez que a pandemia do novo coronavírus ainda não está controlada o suficiente para isso? A resposta veio na forma de mais conteúdo e por mais tempo. Ao invés de restringir a experiência às 8 mil pessoas que acessaram a plataforma para conferir os dois dias de evento ao vivo, a organização do Inspiramais decidiu prolongar a plataforma até o dia 26 de fevereiro, trazendo rodadas de negócio, palestras e muita inovação. O resultado? Participantes satisfeitos pelo novo formato. “É uma ferramenta assertiva, que condiz com a nova realidade e que realmente traz resultados positivos para as organizações”, pontua Silvio Martins, gerente de Marketing da Cipatex, sobre sua participação no evento.

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Martins reitera que a edição anterior, que havia sido digitalizada já trouxe bons resultados para a Cipatex. “Em 2020, o evento digital trouxe resultados positivos e essa experiência em 2021, com certeza, trará grande sucesso na divulgação da nossa nova coleção e nos nossos negócios”, diz. Já Kátia Possari, gestora de Desenvolvimento de Produto e Marketing da JR Soluções colocou em evidência a possibilidade de abordar a sustentabilidade. “Hoje, o mundo olha para a moda sustentável. Mas não só na matéria-prima, também na forma de fazer negócio”, explica. Na palestra sobre economia circular e o futuro da moda sustentável, a empresa mostrou uma abordagem promissora para redesenhar o futuro por meio de ciclos conscientes de uso.

MISSÃO CUMPRIDA Os organizadores comemoraram o sucesso do Inspiramais Digital como plataforma para revelar novos produtos, provocar insights, promover o networking e, claro, fazer negócios “Os caminhos são esses. O Inspiramais é uma feira de futuro. Conseguimos fortalecer o relacionamento virtual num primeiro momento, expor produtos, fazer contatos e, como a plata-

Fotos: Divulgação


EVENTOS No Preview do Couro, novos caminhos entre moda, performance, sustentabilidade e inclusão.

forma segue disponível, teremos o ambiente propício para a realização de negócios”, comentou Gerson Luis Berwanger, presidente da Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal). “O couro encontrou no comércio online uma plataforma de grande aceitação por parte dos públicos compradores. Assim, o Inspiramais Digital, e sua construção como marketplace, resultou em negócios, incentivo e informações valiosas para os curtumes participantes”, destacou José Fernando Bello, presidente executivo do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB). Para Cândida Cervieri, diretora executiva da Abimóvel Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel), o Inspiramais mostra como diversos setores podem convergir. “Nossas indústrias se encontram através da moda. Ela nos une e é ela que faz o mundo girar, pois sempre nos espelhamos em alguém, seja no vestir, no calçar, no mobiliar nossas casas, escritórios e outras áreas do bem viver, nas tendências mundiais de comportamento e consumo. Esse ‘sentimento de pertencimento’ faz da moda um negócio poderoso, rentável e universal”, afirma.

Fernando Pimentel, presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), concorda. “O Inspiramais tem sido uma ótima vitrine para as empresas de insumos para moda, calçados e mobiliário”, observa.

O COURO EM FOCO Entre os eventos dessa edição do Inspiramais, o Preview do Couro teve destaque mais uma vez com os temas Quantum e Hipervisual. O designer Marnei Carminatti, curador do projeto, explica que refletir sobre a criação de novos códigos, ajustar os caminhos entre moda, performance, sustentabilidade e inclusão, tornou-se a principal narrativa deste século. Um mantra que ecoa na sociedade. “Dialogando com estes conceitos, buscamos interpretar estas necessidades apoiados pelos dois temas inspiracionais”, conta. De acordo com Marnei, quando tratamos do tema Quantum, a proposta é um olhar poético sobre os acabamentos, inspirados na beleza, cor, brilho e energia dos cristais e gemas preciosas ou interpretando a coexistência simultânea de acabamentos antagônicos como brilho e fosco. “Tratamos também de performance, e exploramos artigos especiais para segurança,

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EVENTOS

O Preview do Couro mostrou estudos de cores para o material.

conforto e esportes, com couros waterproof, softleather e couro lavável”, destaca. Já o tema Hipervisual nos conecta com o maximalismo, uma inspiração gráfica para acabamentos de superfície no couro vacum ou nas exuberantes peles exóticas. “Observamos a importância da ancestralidade e buscamos apresentar couros que exaltam sua naturalidade, dando protagonismo para artigos cromefree, vegetal e vegetalizados, reafirmando a importância destes couros na composição de uma linha de produtos, principalmente para marcas que buscam uma relação mais próxima de temas sustentáveis”, explica o designer.

DESIGN 3D Como a inovação também é marca do Inspiramais, a edição digital não poderia ser diferente. Entre as lives realizadas, a do projeto Design 3D. de acordo com a diretora executiva da Assintecal, Silvana Dilly, o projeto busca instigar as empresas a apresentarem seus produtos de maneira mais atrativa. No evento, serão apresentados dez materiais de moda e três protótipos desenvolvidos com estes materiais em formato 3D.

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Carolina Rostirolla apresentou a live sobre o projeto Design 3D.

“Em virtude deste novo momento, surgiu a necessidade das empresas se voltarem para o mercado digital. É papel da Assintecal mostrar para as empresas de componentes a importância de realizarem e efetivarem uma estratégia digital. É uma nova oportunidade, um novo canal de negociações”, salienta a diretora. RT


EVENTOS

ITME 2021

PRESENCIAL SEGUE CONFIRMADA PARA ESTE ANO Em comunicado oficial, organização reitera que evento indiano continua agendado para dezembro deste ano.

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11ª edição da ITME 2021, evento têxtil sediado na região indiana da Grande Noida, segue confirmado para acontecer entre os dias 08 e 13 de dezembro de forma presencial. Em comunicado recene, a ITME Society, entretanto ressaltou que os tempos seguem desafiadores e exigem cuidado, como manter o distanciamento social, por exemplo. Segundo os organizadores, a feira será composta por 15 pavilhões, que, juntos, compreendem 2.035.000 metros quadrados. O evento ainda aguarda 1800 expositores de 91 países e por volta de 1.050.000 visitantes deverão passar pelos corredores do India Expo & Mart em seis dias de evento. De acordo com comunicado do evento, a ITME 2021 oferecerá negócios inigualáveis aos expositores, uma vez que a indústria têxtil indiana está preparada para um forte crescimento, impulsionado pelo forte consumo interno, bem como pela demanda de exportação. A feira abrirá janelas para várias verticais de negócios em forma de leads, consultas de contatos em uma plataforma maciça. “Esperamos e nos esforçamos para proporcionar um evento espetacular que também deverá coincidir com o aniversário de 40 anos da ITME Society.

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Como organizadora de eventos, ela se tornou um nome de confiança mundial pela qualidade e excelência e tem servido com sucesso ao setor com compromisso”, comenta S. Hari Shankar, Chairman da ITME Society. RT

A ITME 2021 será presencial e está agendada para dezembro deste ano.

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PANORAMA

RESISTÊNCIA É PALAVRA DE ORDEM PARA O TÊXTIL EM 2021

Incertezas de cenário econômico e quanto às consequências da pandemia deixa setor em alerta.

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o final de 2020, a indústria têxtil se mostrava com os pés no chão com a recuperação dos danos causados pela pandemia do novo coronavírus, sendo um dos setores mais afetados pelo surto. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), as produções de manufaturas têxteis e de peças de vestuário no Brasil devem alcançar, em 2021, 2,09 milhões de toneladas e 5,81 bilhões de peças, marcas semelhantes às registradas em 2019 (2,05 milhões de toneladas e 5,94 bilhões de peças, respectivamente), último ano antes que o setor sentisse os impactos econômicos resultantes da pandemia de Covid-19. Os valores representam crescimentos de 8,3% e 23% em relação ao ano passado. Mesmo com números que parecem altos, o presidente da associação, Fernando Valente Pimentel, deixou claro que a comparação foi feita sobre uma base mais baixa, longe do cenário de reconquista do crescimento sólido que estava se desenhando no início do ano passado, até a chegada da pandemia. Com relação às vendas no varejo, a entidade espera a comercialização de 6,2 bilhões de peças em 2021, o que representará um crescimento de 25% em comparação com 2020, quando devem ser vendidas até o fim de dezembro 5 bilhões de peças.

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“A previsão está atrelada à manutenção das atividades econômicas em relativa normalidade, em ano em que ainda será necessário se superar efeitos da crise sanitária”, avalia Fernando Pimentel. “Um eventual novo fechamento do varejo por conta do recrudescimento da pandemia deve jogar a estimativa para baixo”, complementou. E ele etava certo. Um ano depois de ter sofrido com os primeiros fechamentos de comércio e paralisação de atividades para conter impactos da crise sanitária, o Brasil registrou pouco avanço positivo. A vacinação para profissionais de saúde e idosos, grupos de risco do vírus, já foi iniciada, mas as baixas taxas de isolamento social, fizeram as taxas de infecção superar recordes anteriores e chegamos a registrar mais de 3 mil mortes em um único dia. “Quando nós projetamos os números e etc, nós não estávamos ainda considerando que essa propagação maior, primeiro que ela não tinha se materializado ainda, fosse ou vá ainda gerar algum tipo de novo quadro no varejo. Essa é uma preocupação que passou a fazer parte também desse cenário”, comentou Pimentel durante coletiva de imprensa da Abit (que você pode ver aqui: https://bit.ly/3fcbaQl).

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PANORAMA Fernando Pimentel é presidente da Abit.

O cenário segue incerto para o setor. Especialmente para o varejo. (crédito: Abit/Flickr)

RETOMADA POSTERGADA Todo esse cenário, como era de se esperar, causou impactos na economia e todas as projeções de retomada do mercado foram, no mínimo, postergadas. Segundo projeções da Confederação Nacional

E O DIGITAL? Com a pandemia nos obrigando novamente a ficar em casa, 2021 vai cada vez mais se mostrando como uma “segunda temporada” do ano anterior. Com isso, as reuniões e eventos voltam a ser única e exclusivamente via videoconferência e uma pergunta se torna cada vez mais relevante pra o mercado: e as vendas digitais? Para Fernando Pimentel, o presidente da Abit, o canal tem representatividade. “As venda on-line vieram para ficar e foram a salvação da lavoura para quem já estava no digital. Já o marketplace foi um incentivo a quem não estava poder participar desse movimento que é irreversível. Há a estimativa de que ele possa representar ¼ do setor em 10 anos, como já acontece na China”, comenta.

da Indústria (CNI) a economia brasileira vai crescer 3% em 2021, em um cenário base, que considera o retorno da atividade econômica em maio. Deixando claro que isso depende do controle da pandemia para se concretizar.

Segundo o executivo, essa migração para o digital foi uma tendência que obrigou muitos players a evoluir, o que acabou sendo benéfico para o setor. “Todo mundo fala: eu fiz em cinco meses o que eu ia fazer em dez anos. Você tem uma experiência com a crise”, reitera Pimentel. Contudo, o presidente da Abit é categórico ao dizer que o mercado não pode depender exclusivamente das vendas on-line. “Não é todo mundo que está indo por esse caminho e as empresas estão misturando esses canais. A pessoa compra pela internet e retira na loja e vice-versa. Então, o fechamento das lojas é dramático mesmo com o digital funcionando. Não dá pra dizer que o digital vai resolver a nossa vida. Não é todo mundo que vai comprar tudo pelo digital”, enfatiza.

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PANORAMA Segundo a projeção mais pessimista da CNI, a retração econômica atinge 11,8% em março e abril. Com a pandemia ainda não resolvida, os eventos presenciais seguem distantes de voltar a acontecer.

O cenário mais pessimista da entidade, no qual as medidas de isolamento social são intensificadas e a retração econômica atinge 11,8% em março e abril, a recuperação começa apenas no fim de maio e chega aos níveis de antes da crise sanitária apenas em 2022. Se for assim, a entidade ainda prevê crescimento reduzido para o do PIB de 2021, sendo de 0,6%, enquanto o PIB industrial crescerá 1,3%. A CNI também trabalha com um panorama mais otimista, no qual o PIB brasileiro crescerá 4,5% em 2021. O PIB industrial, por sua vez, cresceria 6,9%, puxado pelo crescimento de 9,7% da indústria de transformação, enquanto a queda da atividade industrial entre os meses de março e abril cairia para 3,6%. Entretanto, uma série de fatores deveriam estar alinhados, o que torna essa conjuntura bastante difícil de se realizar. A principal delas seria que as atuais medidas de isolamento teriam de ser suficientes para desafogar o siste-

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ma de saúde, de modo que, no fim de abril, pudessem ser flexibilizadas.

PRIMEIRO AS PESSOAS Para Fernando Pimentel, ainda não se sabe com certeza como será, de fato, o ano para o têxtil. “O mundo está incertíssimo. E essa dose de recrudecimento lamentável por todos os aspectos, mas principalmente pelo aspecto humano, está colocando uma incerteza muito grande àquilo que já era incerto”, explicou durante a coletiva da associação do setor. Entretanto, o executivo foi enfático ao dizer que o primeiro passo para se planejar a recuperação econômica é superar a pandemia. “O mais importante de todos é resolver esse problema sanitário, a questão da saúde, porque sem esse resolvido, não há economia que funcione. Temos que cuidar das pessoas para poder resgatar aquilo que o Brasil perdeu, que é o crescimento mais ascelerado”, finalizou Pimentel. RT


PANORAMA

TRATADO ENTRE UNIÃO EUROPEIA E REINO UNIDO BENEFICIA NÃOTECIDOS

Acordo de comércio e cooperação contorna burocracias do Brexit e é marco importante para o segmento.

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EDANA, associação internacional que compreende indústrias do setor de nãotecidos e correlatos, comemorou o novo Acordo de Comércio & cooperação entre o Reino Unido e a Europa, firmado no fim de 2020. Principalmente no que diz respeito ao mercado de nãotecidos. “Este acordo comercial não só garante que os rolos de nãotecidos poderão continuar a viajar entre os países membros da União Europeia e o Reino Unido sem taxas alfandegárias, mas também reconhece é possível conferir a origem de um produto nãotecido pelo processo”, comenta Jacques Prigneaux, Diretor de Análise de Mercado e Assuntos Econômicos da EDANA. “A fim de qualificar-se para a tarifa preferencial zero sob o Acordo de Comércio & Cooperação UE-Reino Unido, os produtos classificados no HS 5603 devem ser originários da UE ou do Reino Unido. De acordo com a regra específica para não-tecidos, elaborada e promovida pela EDANA, e incluída no TCA, qualquer não-tecido produzido localmente será considerado originário da UE ou do Reino Unido, mesmo que tenha sido produzido utilizando materiais não originários dessas localidades”, completa o executivo. O comércio de nãotecidos entre a União Europeia e o Reino Unido segue rentável para ambas as partes. Os números mais recentes disponíveis são de 2019,

Fotos: Divulgação

quando o Reino Unido exportou 96 milhões de euros para a EU em rolos de nãotecidos, enquanto o tráfego da via oposta atingiu um valor de 280 milhões de euros. O Reino Unido continua sendo o segundo maior parceiro comercial para os fabricantes locais da UE, perdendo apenas para os Estados Unidos. Pierre Wiertz, Gerente Geral da EDANA, também vê o acordo com bons olhos. “Nesta notícia, vejo duas realizações importantes, temas de satisfação para os produtores de nãotecidos. Uma delas é a capacidade de todos eles continuarem fazendo “negócios como sempre”, ou mesmo expandindo as oportunidades comerciais, sejam eles da União Europeia ou do Reino Unido”, diz. O executivo ainda aproveita a oportunidade para ser mais incisivo ao falar de alguns parâmetros da indústria e vê no acordo, também, uma oportunidade de emancipação dos nãotecidos em relação ao têxtil. “Por outro lado, o acordo é também o reconhecimento oficial, espero que de uma vez por todas, do fato de que a fabricação de produtos nãotecidos em rolo é uma operação substancial o suficiente para conferir o status de origem do país onde os produtos resultantes são obtidos. Este último evento marca mais um passo na independência da indústria de nãotecidos em relação às regras tradicionais da alfândega têxtil que, com demasiada frequência, restringiram desnecessariamente seu desenvolvimento”, conclui Wiertz. RT Revista Têxtil #771 I 77


PANORAMA

ASSOCIAÇÃO ITALIANA

ABRE CENTRO DE TREINAMENTO NO PAQUISTÃO Iniciativa da ACIMIT, local foi criado para oferecer orientação para operação de máquinas de origem italiana.

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ACIMIT, Associação Italiana de Fabricantes de Máquinas Têxteis, anunciou a abertura de um centro de treinamento no Paquistão. O local abriu as portas em novembro passado na região de Faisablad., nas instalações da National Textile University. O centro de treinamento, que é o primeiro do tipo no país especializado nas tecnologias de máquinas têxteis italianas, foi inaugurado pelo embaixador italiano no Paquistão, Andreas Ferrarese, e por Rizwan Shafi, CEO da Crescent Bahuman Limited. Presente na cerimônia por meio de videoconferência da Itália, Alessandro Zucchi, Presidente da ACIMIT, como parceiro no projeto, junto com a PISIE (International Polytechnic for Industrial and Economic Development), Zucchi observou que, “com a criação do Centro de Tecnologia Têxtil Itália-Paquistão, a ACIMIT deseja fortalecer as relações frutíferas anteriormente existentes com a indústria têxtil paquistanesa”. Financiado pelo governo italiano, o projeto pretende apoiar o desenvolvimento da indústria têxtil local, equipando o centro tecnológico com maquinário italiano que permitirá à indústria local de jeans melhorar a qualidade de seus produtos, por meio de pesquisa e inovação contínuas. As máquinas instaladas foram fornecidas pelas seguintes empresas: Brongo, Tonello e Triveneta Grandi Impianti. Em 2019, o mercado paquistanês foi o sexto maior destino das exportações italianas (totalizando 80 milhões de euros), e, no primeiro semestre de 2020, o

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Paquistão foi o terceiro mercado estrangeiro para os fabricantes italianos de máquinas do setor, logo atrás da Turquia e da China. “Tenho certeza de que esta iniciativa trará benefícios em termos de imagem, não apenas para os fabricantes italianos que forneceram as máquinas, mas também para todo o setor italiano”, comentou o presidente da ACIMIT. Entre as atividades que a ACIMIT e a Agência Comercial Italiana desenvolverão no futuro próximo como acompanhamento da iniciativa tecnológica estão a realização de seminários para estudantes, professores e representantes de fabricantes locais. Assim como o treinamento de pessoal local pelas empresas italianas que forneceram ao centro suas máquinas, com a participação de professores, estudantes e operadores¸ ajudando-os a conhecer melhor a tecnologia italiana. RT

Autoridades do têxtil italiano e paquistanês na inauguração do centro.

Foto: Divulgação


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PANORAMA

SYMANTEX

ESPERA BONS NEGÓCIOS Associação belga de maquinário têxtil será uma das expositoras da ITMA ASIA + CITME 2020, que foi adiado para junho de 2021

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inda que a pandemia do novo coronavírus ainda esteja tornando conturbadas as viagens internacionais, a Symantex, Associação Belga dos Fabricantes de Maquinário Têxtil, confirmou presença na sétima edição da ITMA ASIA + CITME 2020, evento agendado para o ano passado, mas adiado para junho deste ano. A feira promete ser a maior do segmento sediada na Ásia e um marco importante na economia internacional pós-pandemia. O evento acontecerá de 12 a 16 de junho de 2021 na Exposição Nacional no Centro de Convenções (NECC) em Xangai. Ele será realizado em 6 salões com um espaço de exposição de 170.000 metros quadrados. Entre os principais expositores belgas estarão Picanol, Vandewiele, BMSvision,Bonas e Hammer-IMS. “A feira representa uma importante plataforma para nos ajudar a nos conectarmos com os compradores asiáticos em um momento em que a economia global está melhorando. ITMA ASIA + CITME é, sem dúvida, a feira mais importante para a indústria têxtil na Ásia e, como a China é um dos mercados mais importantes para as máquinas têxteis, ela nos dá a oportunidade ideal para estar mais perto de nossos clientes. E só podemos realizar este objetivo estando presente no próprio coração deste mercado. Faltar ao show em junho simplesmente não é uma opção para a Symatex, e estamos extremamente

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confiantes de que nossa presença terá um impacto positivo em termos de realização de nossas ambiciosas metas comerciais para 2021!”, comentou Luc Tack, CEO da Picanol e Presidente da Symatex RT

A Picanol é uma das fabricantes belgas que já confirmou presença na ITMA ASIA + CITME 2020, que acontecerá presencialmente em junho de 2021.

Foto: Divulgação


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NOVA DATA!

10 - 13, agosto de 2021 14h às 21h - Blumenau/SC - Parque Vila Germânica

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/Febratex Conecta

/Startup Corner

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Nesta edição, o credenciamento será exclusivamente online, através do site www.febratex.com.br. Não será permitida a entrada de menores de 14 anos, mesmo que acompanhados dos pais e/ou responsáveis.


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